Analisaram-se os riscos e danos à saúde dos agricultores causados pelos agrotóxicos, tendo como eixos centrais o processo e as relações de trabalho presentes na agricultura brasileira. Trata-se de um tema polêmico, complexo e conflituoso. Foram abordadas questões referentes à informação e às políticas públicas para o setor. Este artigo traz a contribuição e a reflexão do Grupo de Estudos de Saúde e Trabalho Rural de Minas Gerais (Gestru), que apresenta alguns resultados de seus trabalhos realizados em regiões hortifrutigranjeira, floricultora, canavieira e cafeeira de Minas Gerais. Propõe-se a incorporação de um conjunto de variáveis a serem consideradas no processo de avaliação da exposição e dos danos à saúde gerados pelos agrotóxicos. São apresentadas algumas propostas e sugestões para a construção de uma agenda de políticas e ações no campo da saúde do trabalhador agrícola brasileiro.
RESUMO O presente estudo teve por objetivo comparar vivências e percepções de usuários e profissionais de saúde relativas à violência no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal qualiquantitativo realizado em Ribeirão das Neves (Minas Gerais), no qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas utilizando questionários aplicáveis a usuários (n=628), e autoaplicáveis a profissionais (n=300). Foi realizada análise descritiva- distribuição de frequência simples, cruzada e bivariada - e análise de correspondência, comparando as respostas de usuários e profissionais, armazenadas em 2 diferentes bancos de dados. A Análise de Conteúdo Categorial Temática possibilitou a construção de três categorias de análise - a partir das quais foram discutidos, de forma entrelaçada, os resultados quantitativos e qualitativos: 1) A violência como um problema de saúde; 2) Integralidade da Atenção; 3) Participação social. Nota-se que a violência permeia o cotidiano de vida e atuação de usuários e profissionais, comportando-se como um evento que merece aprofundamento por parte de quem sofre, convive e lida com o problema. Os espaços de participação social foram reconhecidos como estratégia importante de inserção da comunidade na discussão dos seus problemas. No entanto, usuários e profissionais diferem quanto ao papel da assistência à saúde na abordagem e no enfrentamento da violência. A atenção primária tem grande potencial de produzir atenção de qualidade, mas, ao que parece, não o realiza quando se trata da abordagem da violência.
Resumo Introdução: a incidência de zoonoses é alta no Brasil. O agente de combate a endemias (ACE) é um dos principais atores no enfrentamento destas doenças. Objetivo: Identificar e compreender a percepção do ACE sobre o seu trabalho, com enfoque na relação entre trabalho e saúde. Métodos: estudo transversal, qualitativo, sob o aporte teórico das clínicas do trabalho. Utilizou-se pesquisa bibliográfica e documental, grupo focal e análise de conteúdo. O trabalho foi realizado em Belo Horizonte (MG), no período de março de 2016 a abril de 2017. Resultados: o serviço de zoonoses é percebido pelos profissionais como não integrado à área da saúde, e essa seria uma das causas da precariedade das condições de trabalho, do sentimento de invisibilidade e da marginalização simbólica e concreta vivenciada. Os trabalhadores reconhecem os riscos à saúde a que estão expostos, com destaque para a violência, falta de equipamentos de segurança adequados e riscos psicossociais. Conclusão: a pesquisa revela a invisibilidade e o sofrimento vivenciado pelos ACE e a necessidade de mudanças na organização do trabalho visando à proteção da saúde desses trabalhadores.
Descrição analítica da experiência do Serviço Especial de Saúde dos Trabalhadores da Universidade Federal de Minas Gerais no período de 1983 a 2012. Adotou-se como desenho de investigação a metodologia qualitativa e, por técnica, a leitura reflexiva de documentos, legislação e relatórios do serviço estudado. A trajetória do serviço é periodizada em três momentos enfatizando as principais características do trabalho desenvolvido. Na década de 1980 destaca-se o papel pioneiro da oferta de ações de saúde do trabalhador no estado de Minas Gerais focadas no desvelamento do adoecimento relacionado ao trabalho. Na década de 1990, enfatizam-se as dificuldades de funcionamento devidas ao afastamento de seus profissionais para capacitação e à crise dos hospitais universitários. Na primeira década do novo milênio, o serviço assume as responsabilidades de Centro de Referência Estadual em Saúde dos Trabalhadores e o desafio de compatibilizar a agenda do Sistema Único de Saúde (SUS) com a agenda das instituições federais de ensino superior. A partir de 2011, o serviço redefine sua posição no interior do SUS, buscando o fortalecimento de seu papel de referência para ações de saúde de alta complexidade, formação de recursos humanos e pesquisa. A trajetória do serviço foi influenciada pelos eventos que definiram os contornos da saúde dos trabalhadores e da vida das universidades federais no país.
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