Resumo
O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor da dengue. Os produtos sintéticos convencionais utilizados no controle populacional deste vetor têm apresentado resistência das populações, além de riscos à saúde da população e dos próprios aplicadores. Esse estudo se propôs a avaliar o potencial larvicida de extratos etanólicos de Ilex paraguariensis e Melia azedarach no controle de A. aegypti em condições de laboratório. Os ensaios foram conduzidos em recipientes plásticos com capacidade de 150 ml, onde foram colocados 60 ml das soluções contendo concentrações diferentes dos extratos. A esta solução foram adicionadas 10 larvas ativas dos instares L2 e L3. O experimento foi realizado em triplicata, utilizado um controle contendo apenas água e alimento. As avaliações de susceptibilidade foram realizadas com 24h e 48h após a aplicação. Os tratamentos foram comparados entre si com base no número de larvas vivas. A eficiência dos tratamentos testados foi registrada por meio do percentual de mortalidade calculado pela equação de Abbott (1925). O potencial larvicida dos tratamentos foi de 100% para a concentração de 500 µg/mL para o extrato dos frutos de M. azedarach (48 h) e 2000 µg/mL para os extratos das folhas de I. paraguariensis (24 h) e M. azedarach (48 h). A eficiência dos extratos de
Introduçãocontrole natural de vetores com o uso de produtos naturais é menos impactante em relação aos inseticidas convencionais (sintéticos), pois esses produtos apresentam uma degradação mais rápida, resultando em menor exposição ocupacional e poluição do meio ambiente (BARRETO, 2005). A utilização de produtos de origem vegetal para o controle de pragas tem sido amplamente estudada devido ao potencial dessas substâncias como alternativas aos compostos sintéticos disponíveis no mercado, à elevada taxa de biodegradabilidade no ambiente e à menor toxicidade sobre espécies não alvo (VALLADARES et al., 1997; BEZERRA et al., 2014; KRINSKI, MASSAROLI, MA-CHADO, 2014). Vários pesquisadores têm trabalhado com produtos naturais, visando obter extratos de plantas, com atuação no desenvolvimento embrionário, na fase larval, pupa e na emergência dos adultos de insetos, inclusive o A. aegypti (POHLIT et al., 2004; BRUNHE-ROTTO e VENDARAMIM, 2001;CORIA et al., 2008;VALLADARES et al., 1997).O mosquito A. aegypti é uma das mais de 500 espé-cies do gênero Aedes (Diptera: Culicidae). É o principal vetor da dengue e utiliza depósitos de água para colocar os seus ovos. Estes possuem capacidade de resistir à dessecação, mantendo-se viáveis na ausência de água por mais de um ano (TAUIL, 2002). Quando os ovos entram em contato com a água, após dois a quatro dias dão origem às larvas, que passam por quatro estágios: L1, L2, L3 e L4. Posteriormente, originam as pupas e, logo após, o mosquito adulto (NEVES, 2005). O controle populacional tem se concentrado sobre as fases larvais quando o processo é mais eficiente, mais seletivo e menos oneroso aos programas de prevenção à dengue (SANTA CATARINA, 2014).Dentre as estratégias para controle populacional ...