As reformas curriculares de 2016, 2017, 2018 e 2019 ameaçam a democraticidade da escola pública, pois criam desigualdade, mesmo ao anunciar o direito à educação e ao aprendizado para todos. O argumento proposto é que professores e estudantes são criadores de conhecimento, tecendo redes de saberes científicos, experienciais e outros em conversas que acontecem nas salas de aulas, embora essas políticas venham aumentando o controle do trabalho docente, engessando a autonomia dos currículos e, como consequência, empobrecendo, reduzindo e asfixiando as conversas complicadas que são os currículos no cotidiano das escolas. Com base em pesquisas sustentadas pelas epistemologias do Sul e da ordinariedade e pelas teorias da reconceitualização do currículo, conclui-se que as reformas e políticas vinculadas e inspiradas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não contribuem para a promoção de qualidade na educação brasileira, reforçando, nos currículos que se tecem nos cotidianos, a exclusão, as hierarquias e as distâncias da desigualdade social.
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