Resumo Contexto: A depressão é um importante problema de saúde global e vem causando impacto negativo na vida dos indivíduos e na de suas famílias, além de elevar a demanda dos serviços de saúde. Objetivo: Verificar a prevalência de depressão e de fatores associados em indivíduos com idade superior a 14 anos que buscaram atendimento na atenção primária. Métodos: Estudo transversal em três Unidades Básicas de Saúde vinculadas à Universidade Católica de Pelotas. A depressão, os transtornos de ansiedade e o risco de suicídio foram avaliados por meio da Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), enquanto os fatores associados, como idade, gênero, vive ou não com o/a companheiro/a, escolaridade e uso de substâncias psicoativas, foram avaliados por meio de questionário sociodemográfico. Resultados: A prevalência de depressão foi de 23,9% (n = 256), apresentando-se mais evidente nas mulheres, com 4 a 7 anos de escolaridade, de classe socioeconômica D ou E, que abusam ou são dependentes de álcool, com algum transtorno de ansiedade e com risco de suicídio (p < 0,050). Conclusão: Diante de tais resultados, salientamos a inserção de cuidados em saúde mental por meio de avaliações diagnósticas e de protocolos de atendimento que abarquem a depressão e suas comorbidades na atenção primária.Molina MRAL, et al. / Rev Psiq Clín. 2012;39(6):194-7 Palavras-chave: Depressão, transtorno depressivo, atenção primária à saúde, atenção básica, epidemiologia.
AbstractBackground: Depression, an important global health problem, negatively impacts the lives of individuals and their families beyond simply increasing the demand for health services. Objective: To assess the prevalence of depression and associated mental health issues in individuals older than 14 years of age seeking primary care. Methods: A cross-sectional study was conducted in three primary care units involved with the Catholic University of Pelotas. Depression, anxiety disorders, and suicide risk were assessed using the Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). Factors such as age, gender, solitary living, education, and psychoactive substance use were evaluated using a sociodemographic questionnaire. Results: The overall prevalence of depression was 23.9% (n = 256). Depression was more prevalent in women with only 4-7 years of education, in women who belong to socioeconomic class D or E, in those who abuse or are dependent on alcohol, or in women who showed an anxiety disorder or suicide risk (p < 0.050). Discussion: Based on these findings, we emphasize the integration of mental health care into primary care through diagnostic evaluations and treatment protocols that cover depression and its comorbidities.