INTRODUÇÃO:A atividade de voo das abelhas sofre influência dos fatores abióticos e cada espécie de abelha pode responder diferentemente às condições climáticas para a realização do voo de forrageio. OBJETIVO: Buscou-se verificar a influência dos fatores abióticos na atividade de voo de Epicharis flava durante suas visitas às flores de Solanum lycocarpum em área de Floresta Secundária Estacional Semidecidual, em Mato Grosso do Sul. METODOLOGIA: As abelhas foram coletadas em um número variável de flores, pertencentes a 15 indivíduos de S. lycocarpum, durante 10 dias não necessariamente consecutivos, durante o processo de floração plena, diretamente nas flores, entre as 6h00 e 18h15min, nos primeiros 15 minutos de cada hora, quando também foram aferidos os seguintes fatores abióticos: temperatura, umidade relativa do ar, luminosidade e velocidade do vento. RESULTADOS: A temperatura média durante o período de avaliação foi de 30,1±3,3°C, a umidade relativa do ar de 49,6±13,4 %, luminosidade de 12,9±3,1 Klux e velocidade do vento de 0,8±0,4 m/s. O forrageio de E. flava iniciou-se a partir das 6h00 e se manteve frequente durante o período da manhã, mas diminuiu consideravelmente de intensidade a partir das 13h00. O início de suas atividades nesse período, sugere uma estratégia comportamental de busca de recursos quando este é encontrado com maior abundância. Os movimentos vibráteis que essas abelhas realizaram no cone das anteras durante seus primeiros forrageios podem também contribuir para seu aquecimento corporal. O forrageio de E. flava não se correlacionou significativamente com os fatores abióticos avaliados, embora tenha ocorrido redução significativa do número de indivíduos coletados no decorrer do dia (r = -0,3668; p = <0,0001). CONCLUSÃO: Sugere-se que a redução na frequência dos forrageios está relacionada à redução da oferta de pólen nas flores de S. lycocarpum, em função da intensidade das atividades na sua busca, desenvolvidos pelas abelhas.
Dentre os diversos animais visitantes florais, as abelhas se destacam entre os principais polinizadores das plantas. Contudo, a maioria dos estudos se restringem a levantamentos faunísticos e/ou descrição comportamental das abelhas em determinadas espécies de plantas. O objetivo dessa pesquisa foi determinar os atributos florais das principais espécies vegetais visitadas por abelhas em uma floresta estacional semidecidual secundária. A pesquisa de campo foi realizada em um fragmento composto por uma vegetação secundária em diferentes estágios sucessionais, apresentando algumas manchas com fisionomia de Mata Atlântica e outras de Cerradão, no município de Ivinhema, MS. Para este estudo foram selecionadas 19 espécies vegetais que eram suscetíveis ao forrageio pela comunidade de abelhas e com disposição floral por área elevada. Foram descritas as principais características florais das espécies vegetais estudadas essenciais à atratividade dos visitantes. As populações vegetais estudadas no fragmento foram representadas pelas famílias Bignoniaceae (Arrabidaea chica, Arrabidaea florida, Cuspidaria convoluta, Adenocalymma bracteatum e Pyrostegia venusta), Malpighiaceae (Diplopterys pubipetala, Byrsonima intermedia, Banisteriopsis cf. campestris e Banisteriopsis laevifolia), Asteraceae (Trixis antimenorrhoea, Eupatorium maximalianii e Eupatorium cf. dimorpholepis), Fabaceae (Senna obtusifolia, Senegalia sp. E Senegalia polyphylla), Sapindaceae (Serjania caracasana e Matayba guianensis), Lamiaceae (Aegiphilla sellowiana) e Rhamnaceae (Gouania cf. latifolia). As espécies vegetais selecionadas apresentaram oito tipos de formato floral: capítulo, goela, aberta, aberta com glândulas secretoras de óleo, aberta com anteras poricidas, tubular, pincel e transição entre flor aberta e polipétala profunda. É esperada que a formação florestal estudada, por apresentar diferentes estágios sucessionais, mas ainda em um nível intermediário de desenvolvimento, seja ocupada intensamente por lianas, sobretudo por espécies da família Bignoniaceae. O formato floral mostrou-se uma boa ferramenta para avaliar o grau de dependência das espécies estudadas ao visitante floral.
Abelhas visitam as plantas para coletarem recursos florais, especialmente néctar e pólen, que podem ser limitados em uma comunidade, e o elevado gasto energético durante os forrageios e o número limitado de flores pode resultar em diferentes escalas de competição inter e intraespecífica entre elas. OBJETIVO: Identificar as categorias de interações intra e interespecíficas envolvendo as espécies de abelhas que forrageiam as flores de Solanum lycocarpum em área de Floresta Estacional Semidecidual, no município de Ivinhema, MS. METODOLOGIA: A atividade de forrageio das abelhas foi registrada por 12 dias não necessariamente consecutivos durante o processo de floração plena, entre às 6h00 e 17h15min nos primeiros 15 minutos de cada hora, totalizando 132 horas de observação. Foram registrados: o número de flores visitadas e as interações agonísticas intra e interespecíficas. Análise faunística foi utilizada para definir as classes de abundância, frequência, constância e dominância das espécies. RESULTADOS: Das 10 espécies de abelhas registradas, foram classificadas como constantes Centris scopipes, Augochlora sp, Augocloropsis sp, Exomalopsis fulvofasciata, Bombus sp e Oxaea flavescens. Registraram-se 401 encontros agressivos. Estas interações foram observadas apenas entre as espécies O. flavescens, E. fulvofasciata, Augochlora sp e Augochloropsis sp. As espécies O. flavescens e E. fulvofasciata se envolveram com maior frequência em combates dos quais se sagravam vencedoras, exercendo assim domínio em relação à área de forrageio, sendo o "confronto na flor", a ação mais constante, tanto nas interações intra quanto interespecíficas. CONCLUSÃO: Acredita-se que a possível redução da disponibilidade de recurso na área, causada pelo desmatamento do fragmento de floresta, pode ter contribuído para a intensificação da competição e conflitos entre as abelhas.
INTRODUÇÃO:A eficiência na polinização depende de fatores que favorecem a transferência de pólen entre as flores, destacando o comportamento das abelhas durante seus forrageios. OBJETIVO: Buscou-se descrever o comportamento de forrageio de Epicharis flava durante forrageio nas flores de Solanum lycocarpum. METODOLOGIA: As abelhas visitantes foram coletadas diretamente nas flores, em plantas localizadas em área de Floresta Estacional Semidecidual, no município de Ivinhema, MS, durante 15 minutos de cada hora e nos demais 45 minutos foi avaliado o comportamento de E. flava. RESULTADOS: Indivíduos de E. flava. algumas vezes voavam ao redor da copa dos arbustos antes de realizar as visitas às flores, porém na maioria das visitas a abelha aproximava-se da flor frontalmente e pousava diretamente sobre o cone das anteras, se posicionando com o abdome voltado para o ápice. Nesse momento, elas se agarravam a região mediana dos cones das anteras com as mandíbulas, mas prendiam-se também com os dois pares de pernas (anterior e mediano) ou somente com o par mediano, então curvavam o abdome, deixando a região ventral do tórax e abdome em contato com as anteras e iniciando o movimento vibratório, e neste momento ocorria contato do estigma com a região ventral do seu corpo. Após cada vibração, a abelha realizava um movimento giratório em torno do cone de anteras, e permanecia vibrando por 5,9±1,8 segundos/flor em média. Com os movimentos vibratórios, uma grande quantidade de pólen era liberada e ficava aderida à região ventral do tórax e do abdome, além de outras regiões de seu corpo. Após visitar grande parte das flores de um mesmo arbusto a abelha deslocava-se para outra planta. Logo após os primeiros forrageios de E. flava nos dois tipos de flores, era possível observar as marcas no cone das anteras, causadas por suas mandíbulas e suas garras tarsais ao se prenderem neste para a coleta de pólen. CONCLUSÃO: As espécies E. flava apresentam porte corporal grande e, devido ao comportamento apresentado, foram consideradas polinizadores efetivos, sendo elas os visitantes mais frequente das flores de S. lycocarpum.
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