A violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes assume na contemporaneidade contornos de problema de ordem pública. Este artigo tem como objetivo analisar as vivências subjetivas das mães que tiveram suas filhas abusadas sexualmente dentro do contexto familiar. Participaram da pesquisa 13 mães, entre 25 e 50 anos, atendidas no Programa Sentinela, selecionadas por conveniência, com amostra determinada por critério de saturação, submetidas à entrevista semiestruturada, com questões versando sobre dados biossociodemográficos e história de vida e submetidas à técnica de análise de conteúdo temático. As vivências subjetivas diante da situação revelada são experimentadas a partir de sentimentos negativos como culpa, desconfiança, desamparo e embotamento afetivo, associam ainda à sua experiência, quando foram também vitimadas na infância. As mães tornam-se alvos de carga emocional negativa, que leva ao sofrimento subjetivo, o que norteia a forma com que se posicionam e procedem diante do conhecimento do abuso.
Resumo Apresenta-se dados de uma pesquisa enfocando as concepções que as mães possuem acerca do abuso sexual sofrido por suas filhas. Utilizou-se de metodologia qualitativa, entrevista semiestruturada e, para análise dos dados, utilizou-se da Análise de Conteúdo de Bardin. Os dados revelam que as mães expressam o entendimento sobre os abusos das filhas discorrendo sobre as características desses abusos, suas concepções de abuso e do lugar de mãe diante do fato. São mulheres que se baseiam em experiências pessoais para compreenderem a situação do abuso praticado contra a filha e protegerem-na.
Este artigo tem como objetivo analisar o discurso das mães de meninas vitimadas pelo abuso sexual intrafamiliar sobre a importância do atendimento especializado para elas que, assim como suas filhas, também foram vitimadas. Esta realidade é entendida à luz da teoria Histórico-Cultural de Vygotsky por meio das categorias teóricas consciência e subjetividade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que usa como instrumento a entrevista semiestruturada. Os discursos são tratados a partir da Análise do Discurso de Bakhtin, considerando-se elementos como enunciado, dialogismo, gêneros discursivos e polifonia. Os discursos revelaram o quanto o abuso sexual é devastador e que as participantes, assim como suas filhas, vivenciam consequências que poderiam ser minimizadas mediante um atendimento especializado, assim como um apoio adequado, o que engloba a participação da família, principalmente a ação protetiva materna. Em sendo elas próprias mães e vítimas, não encontram condições cognitivas e afetivas para lidarem com a vitimação das filhas, reforçando, assim, a importância do atendimento.
RESUMOEste artigo tem por objetivo apreender a forma com que as mães se expõem subjetivamente diante do conhecimento do abuso sexual intrafamiliar das filhas. Participaram mães de meninas vitimadas por abuso sexual intrafamiliar e que foram atendidas no programa especializado. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, realizadas de forma individual. A análise dos dados se deu com apoio do software Alceste através da Análise Hierárquica Descendente. Os dados obtidos versaram acerca da caracterização que as mães fazem a respeito do abuso sexual das filhas (versam sobre dimensões temporais que envolveram a situação de abuso e sobre detalhes de como aconteceu, expressando a presença de ameaça verbal ou por meio de objetos) e suas vivências subjetivas diante do conhecimento da situação (relatam sentimentos diante da situação, revelando expressões de descrença e desconfiança e relembram sua própria vitimação por abuso sexual infato-juvenil intrafamiliar no passado).Palavras-chave: mães; abuso sexual intrafamiliar; vivências subjetivas. ABSTRACTThis article aims to understand the way that mothers are subjectively exposed towards the acknowledgement of intrafamilial sexual abuse against their daughters. The participants of this research were mothers of girls victimized by sexual abuse within families and who have attended the specialized program. We used interviews, carried out individually. The data were analyzed with the support of the Alcest software through the Descending Hierarchical Analysis. The data dealt about the characterization that mothers do about the sexual abuse of children (temporal dimensions are about the situation involving abuse and details about how it happened, expressing the presence of verbal threat or through objects) and their subjective experiences before the knowledge of the situation (report feelings about the situation, revealing expressions of disbelief and distrust and recall their own victimization by sexual abuse within families and youth infantry in the past).
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