A violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes assume na contemporaneidade contornos de problema de ordem pública. Este artigo tem como objetivo analisar as vivências subjetivas das mães que tiveram suas filhas abusadas sexualmente dentro do contexto familiar. Participaram da pesquisa 13 mães, entre 25 e 50 anos, atendidas no Programa Sentinela, selecionadas por conveniência, com amostra determinada por critério de saturação, submetidas à entrevista semiestruturada, com questões versando sobre dados biossociodemográficos e história de vida e submetidas à técnica de análise de conteúdo temático. As vivências subjetivas diante da situação revelada são experimentadas a partir de sentimentos negativos como culpa, desconfiança, desamparo e embotamento afetivo, associam ainda à sua experiência, quando foram também vitimadas na infância. As mães tornam-se alvos de carga emocional negativa, que leva ao sofrimento subjetivo, o que norteia a forma com que se posicionam e procedem diante do conhecimento do abuso.
Neste artigo, discutem-se as ações dos profissionais de Psicologia nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Trabalhou-se com sete profissionais de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, Ceará. Utilizou-se de entrevista semiestruturada, que contemplou dados biosociodemográficos; dificuldades enfrentadas; formação acadêmica e atividades realizadas. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo. As falas denotaram que há dificuldades decorrentes tanto das condições de trabalho oferecidas quanto da formação acadêmica. A formação dá suporte para uma atuação clínica individualizante. A prática gira em torno do acolhimento e atendimento psicológico. Percebe-se atuação com alcance limitado no que concerne ao desenvolvimento da autonomia e da efetivação dos direitos dos usuários, sinalizando-se para importância de os profissionais recorrerem a versões de Psicologia mais politizadas e comprometidas com os sujeitos em condição de vulnerabilidade social.
As implicações psicossociais do trabalho precoce de meninos e meninas em condição de rua Las implicaciones psicosociales del trabajo precoz de niños y ninãs en condición de calle Les retombees psychosociales du travail precoce en condition de rue de jeunes garçons et filles The psychosocial implications of premature work by street children
O termo gordofobia tem sido comumente empregado para definir formas de discriminação a corpos acima do peso. Objetivou-se conhecer as representações sociais da gordofobia elaboradas por usuários de internet. Realizou-se uma pesquisa documental com base na seleção de comentários de internautas frente a uma matéria sobre gordofobia veiculada pela revista Superinteressante. As opiniões selecionadas constituíram um corpus textual que foi submetido à análise lexical pelo IRAMUTEQ, desdobrando cinco classes temáticas: (i) "A saúde como discurso justificador da discriminação", (ii) "Gordo versus Magro: instituindo diferenças", (iii) "Emagrecimento: reforço versus desconstrução do padrão", (iv) "Gordofobia: invenção ou realidade?" e (v) "Gordofobia e a (in)adequabilidade de ações afirmativas". Em linhas gerais, ancoradas no argumento técnico-científico da obesidade como doença epidêmica, as representações dos internautas legitimaram processos de preconceito e discriminação em relação às pessoas obesas. Ademais, a proposição irônica dos internautas quanto à política de cotas para pessoas gordas demonstrou a insatisfação quanto à existência de ações afirmativas promotoras da igualdade entre grupos sociais, ratificando a ideia de que privilégios não podem ser conferidos a "grupos inferiores" ou desvalorizados e que estes, para serem merecidamente respeitados pela sociedade, devem buscar a adequação dos seus corpos ao padrão de refinamento. Neste contexto, com a função de tornar irrelevante o tema da gordofobia, desqualificando a abordagem do assunto pela revista, observaram-se estratégias representacionais direcionadas à negação da sua existência, comparando sofrimentos entre grupos ou instituindo diferenças (gordos x magros). Considerando a escassez de pesquisas sobre discriminação baseada no peso no Brasil, novos estudos são sugeridos.
Resumo Apresenta-se dados de uma pesquisa enfocando as concepções que as mães possuem acerca do abuso sexual sofrido por suas filhas. Utilizou-se de metodologia qualitativa, entrevista semiestruturada e, para análise dos dados, utilizou-se da Análise de Conteúdo de Bardin. Os dados revelam que as mães expressam o entendimento sobre os abusos das filhas discorrendo sobre as características desses abusos, suas concepções de abuso e do lugar de mãe diante do fato. São mulheres que se baseiam em experiências pessoais para compreenderem a situação do abuso praticado contra a filha e protegerem-na.
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