Este artigo busca olhar a recente Guerra Civil Síria, em especial as situações ocorridas na cidade de Aleppo, em diálogo com a óptica de Hannah Arendt. A partir de literatura especializada, aponta-se para possíveis contribuições do pensamento arendtiano para a reflexão acerca da situação vivenciada pelo povo sírio. O trabalho se organiza em três momentos: 1. Exposição da Guerra Civil Síria em Aleppo; 2. Apresentação e exploração dos conceitos arendtianos que podem lançar luz sobre as situações; e 3. Retorno aos conceitos de Arendt refletidos à luz da Guerra Civil Síria, sobretudo em relação à dignidade humana e ao extermínio. Conclui-se que retomar tais conceitos facilita o enquadramento da reflexão sobre o ser humano como sujeito de direitos devido ao fato de sua existência, razão ignorada pelos que fazem a guerra ao aniquilarem a dignidade, ora transformando os massacres em dados estatísticos, ora ignorando completamente todas as mortes e destruições contínuas.
O texto que segue é uma exploração dos escritos de Pierre Hadot sobre Marco Aurélio, sobretudo os Diários, objetivando delinear os temas mais salientes acerca de vivências complexas para os seres humanos, mostrando como os dois autores as relacionam. O trabalho persegue a metodologia do ensaio documental. A experiência de diário de campo surge como uma perspectiva para apresentar a percepção do cotidiano e seus pequenos desafios como o berço das perguntas filosóficas. Na tessitura do texto, aparece Marco Aurélio como personagem que atravessa o pessimismo e o otimismo com os hinos à beleza da natureza, mediando as suas reflexões com intuições e princípios estoicos. Apresentamos, assim, a reflexão como uma modalidade da liberdade daquele que já alcançou a indiferença, entendida na perspectiva estoica como a superação das altercações históricas com a indeterminação, para além das mutações situacionais que não esperava viver. De fato, o filósofo autônomo vive as mutações e se realiza sem deixar-se apreender pela prisão da vontade, mas experimenta e comunica a simetria entre as experiências que se oferecem e sucedem, qualificando a vida humana do início ao fim. Esta proposta coloca-se diante da possibilidade de abraçar a transitoriedade, cultivando o bem viver e o cuidado de si, num mundo que parece esquecido do valor da pessoa humana.
O psicanalista e historiador da psiquiatria, Dr Gregory Zilboorg, nascido russo e naturalizado americano, trabalhou por anos, aspectos da psiquiatria dentro de um contexto sociológico e humanístico. Durante sua carreira escreveu diversas obras de brilhante ilustração de conceitos para leigos. Seus livros são raros, mesmo em buscas virtuais, sendo poucas e privilegiadas bibliotecas possuem exemplares. Além deles, Zilboorg também produziu uma série de artigos clínicos, que discutem desde a personalidade esquizoide até as relações entre o direito e a psiquiatria. Aqui traduzimos parte de um capítulo de seu livro Mind, Medicine & Man. Nesse trecho, Zilboorg ilustra a ideia de psiquismo humano a partir de uma brilhante descrição da ameba que, como ser vivo unicelular e que percebe o mundo a partir de sua única célula, desenvolve um estilo próprio de comunicação com o ambiente. Zilboorg defende que o fenômeno psíquico envolve toda a corporeidade humana, analogamente ao ser vivo multicelular, para que o conjunto de informações se traduza nos diversos sistemas psíquicos.
O artigo, ambientado em material empírico de comunidades quilombolas no Estado de Mato Grosso do Sul, apresenta reflexão sobre Desenvolvimento Sustentável, partindo da crise entre os conceitos crescimento e desenvolvimento, desembocando na realidade insustentável da atual lógica de Mercado e consumo até propor uma alternativa: a via do Decrescimento e da abundância frugal. Não se propõem aqui alternativas negativas, como de redução ou crescimento negativo, para solucionar as problemáticas apresentadas, mesmo que as mesmas não sejam negadas, mas propõe-se a necessidade de reflexão e ação conscientes e realistas sobre a realidade catastrófica da qual a humanidade está caminhando. Por meio de pesquisa bibliográfica, somando-se às intuições adquiridas em Campo, o artigo se constrói na perspectiva interpretativa e na crítica econômica que buscam um Desenvolvimento Sustentável real e consciente.
O presente artigo abordará a construção do conhecimento em Giambattista Vico embasando-se no discurso De Nostri Temporis Studiorum. Com a troca da “imaginação” pela “racionalidade”, colocou-se de lado a engenhosidade humana, anulando assim a verossimilhança que fora negada por não apresentar verdades factuais levando à atrofia do engenho. O intuito aqui é analisar o desenvolvimento imaginativo proposto por Vico, gerando uma nova crítica. Conclui-se sobre uma possível epistemologia das humanidades, na qual cada sujeito possa, com seus próprios instrumentos, desenvolver um conhecimento menos “dogmático” e mais humano, partindo de um solo estável, qual seja, a história.
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