Os traumatismos podem induzir desde uma simples trinca de esmalte até uma avulsão com perda do dente, sem possibilidade de reimplante. Da mesma forma, a perda dentária decorrente de um traumatismo pode advir de uma fratura vertical ou de fraturas radiculares múltiplas. Nestes casos, uma avaliação minuciosa dos dentes e ossos maxilares, condicionada pela idade do paciente, pode levar à oportunidade para um transplante dentário autógeno, também conhecido como auto-transplante. Por sua vez, o reimplante, quando terapeuticamente intencional, passa a ser identificado como transplante autógeno intra-alveolar.Em pacientes anodônticos, a ausência de pré-molares constitui a manifestação mais comum nos europeus e seus descendentes diretos, mesmo que em outros países como o Brasil. As relações oclusais e dentárias destes pacientes podem levar a um planejamento ortodôntico, ortopédico e cirúrgico no qual a extração de pré-molares ou de terceiros molares pode estar indicada. Nesta situação também se pode ter a indicação e a oportunidade para um transplante autógeno.Nos países escandinavos, o controle da cárie dentária e da doença periodontal, há muito tempo, permitiu que os principais problemas odontológicos fossem redirecionados para o traumatismo dentário e ausência congênita dos dentes por anodontia parcial, especialmente de pré-molares.Os transplantes dentários autógenos são realizados há mais de 40 anos nos países escandinavos e o controle dos dentes transplantados, realizado por igual período, revela que o aperfeiçoamento técnico e a fundamentação biológica se encontraram, permitindo uma elevada taxa de sucesso na população destes países 2,3,6,7 . Os transplantes dentários autógenos, nestes países, são procedimentos rotineiros e com protocolos bem estabelecidos nos serviços odontológicos. O tratamento ortodôntico envolvendo dentes transplantados faz parte da rotina e o sucesso é relatado em trabalhos exemplares da literatura 2,3,13 . A literatura mundial revela 10 que Andreasen e sua equipe foram pioneiros em mostrar seus resultados com transplantes autógenos em grandes casuísticas, a partir da técnica descrita por Slagsvold e Bjercke. No Brasil, desde a década de 1980, Roldi e sua equipe transdisciplinar, a partir da Universidade Federal do Espírito Santo, realizam transplantes autógenos, acumulando uma casuís-tica com centenas de casos 4,5,10,11,12 . Muitos destes casos, seguindo a trilha dos escandinavos, são submetidos a reconstruções estéticas e tratamentos ortodônticos com a finalidade de restaurar plenamente a capacidade funcional dos maxilares.Os transplantes autógenos devem fundamen-