<p>Originally delivered as a lecture at the University of Havana in 1939 and first published in 1940, this text is a classic of Latin American anthropology and a key statement on racial and cultural mixture in the Americas. Following the tradition of the Latin American essays of national interpretation, Fernando Ortiz discusses the social and cultural bases of Cuban nationhood. He distinguishes <em>cubanidad—</em>Cuba's unique culture—from <em>cubanía—</em>the consciousness and attachment to that culture—and argues that the latter first emerged among Black and poor Cubans. As for cubanidad, he defines it as both the process and the ever-changing results of the mixture of uprooted cultural elements coming from different world areas, especially Europe and Africa. He interprets Cuban culture as a permanent flow, located in "the complex process of its very formation, disintegrative and integrative." Ortiz describes cubanidad through the metaphor of the <em>ajiaco</em>, a stew that never stops cooking because the multifarious ingredients that compose it are constantly renewed, mixing with each other and dissolving into a broth. The text discusses the cultural contributions of the different groups that moved to Cuba and interprets Cuban history as based on violent processes of migration, exploitation, and conflict.</p>
Em minha primeira visita de campo a Havana, em 2000, eu disse a um amigo arquiteto -muito crítico ao governo de Cuba -que eu tinha interesse em estudar o nacionalismo cubano "no período após a Revolução" -expressão que eu, ingenuamente, supunha então que simplesmente designava o período após 1959. Mas minha frase não fez sentido para meu interlocutor. Ele me olhou surpreso e me perguntou se eu queria escrever sobre o futuro, pois, ele me esclareceu, "a Revolução ainda está no poder". Dias depois, já corrigindo minha linguagem, mencionei à diretora de um museu -uma entusiasta defensora do governo da ilha -que eu gostaria de pesquisar o nacionalismo cubano "durante a Revolução". Depois de um suspiro de claro descontentamento, ela me perguntou se eu queria realmente estudar todo o período revolucionário. Quando disse que sim, ela me explicou didaticamente que a "Revolução" havia começado no século XIX, e que vivia hoje apenas "sua mais recente etapa, depois de haver triunfado em 1959". 1 Nesses momentos de estranhamento etnográfi-co, um desentendimento inicial me apontava para os vários significados que o termo "Revolução" pode ter em Cuba atualmente. Como essas anedotas etnográficas indicam, tal termo pode designar, entre outras coisas, tanto o atual regime socialista como o processo histórico de libertação nacional iniciado com a eclosão da primeira guerra de independência, em 1868. O termo "Revolução" -ubíquo e altamente valorizado na Cuba contemporânea -estrutura
Este artigo argumenta que certas adversidades encontradas no trabalho de campo etnográfico podem ser produtivas para a pesquisa antropológica. Para fundamentar esse ponto, o artigo discute três situações adversas enfrentadas pelo autor durante seu trabalho de campo em Cuba – um despejo, dois furacões, e umas queimaduras – e o conhecimento etnográfico que elas lhes proporcionaram. Temas mais substantivos abordados incluem a ansiedade moral, a produção do Estado, a solidariedade informal, a economia de dádivas e a temporalidade cotidiana na Cuba contemporânea.
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