Introdução: A síndrome hemofagocítica decorre da hiperatividade de histiócitos e linfócitos e é desencadeada por infeções, principalmente virais por citomegalovírus, Epstein-barr e herpes. A anemia de Fanconi (AF) é uma doença genética rara com sintomas heterogêneos em comun a outras doenças como a associação VACTERL, uma doença de etiologia desconhecida na qual existe diversas mal formações congênitas. A concomitância da anemia de Fanconi e VACTERL é descrita em 5 a 30% dos pacientes AF. Relato: Lactente de 14 meses, sexo masculino, admitido para investigar um quadro de febre, hepatoesplenomegalia e granulopenia. Os exames laboratoriais mostraram a hiperferritemia, elevação da transaminases, medula óssea com hemofagocitose e, sorologia e PCR positivos para citomegalovírus (CMV). O paciente foi diagnosticado com síndrome hemofagocítica por citomegalovírus. Como havia também hipoplasia do polegar esquerdo, presença de hemivértebra, agenesia renal e teste positivo de fragilidades cromossômicas com mitomicina C (MMC), o paciente foi diagnosticado com associação VACTERL/AF. Conclusão: O citomegalovírus quando infecta pacientes com problemas de imunidade como AF, apresenta risco de desencadear a síndrome hemofagocítica. A associação VACTERL/AF é pouco descrita, mas presente na prática médica da pediatria. Esse estudo descreveu os principais aspectos clínicos-laboratoriais e revisou os aspectos fundamenais descritos sobre a concomitância dessas patologias.
Introdução: A Síndrome Linfoproliferativa Autoimune (ALPS) é doença rara, genética, decorrente de mutações nos genes da via Fas e que ocasionam defeitos na apoptose linfocitária, levando a anemia hemolítica autoimune, linfoadenomegalia, esplenomegalia, hipergamaglobulinemia, elevação exagerada da vitamina B12 e propensão para transformação linfomatosa. Relato do caso: Lactente com 5 meses, gênero feminino, admitida para investigar anemia, esplenomegalia e episódios repetitivos de infecções. Exames laboratoriais mostraram anemia hemolítica autoimune, hipergamaglobulinemia e elevação sérica da vitamina B12. A citometria de fluxo evidenciou população de linfócitos T anormal: TCR-αβ/C3+/CD4-/CD8-. O estudo histopatológico do linfonodo revelou hiperplasia paracortical com células T transformadas, CD3+/CD4-/CD8-. A análise citogenética por bandeamento G na medula óssea mostrou cariótipo normal(46,XX) e técnica de FISH em núcleos interfásico afastou a ocorrência da monossomia do cromossomo 7. O sequenciamento do gene Fas revelou presença da variante patogênica de substituição em heterozigose, no sítio de splicing do íntron 4 (IVS4+1G>A). A paciente foi diagnosticada como ALPS e tratada com corticosteroide, houve regressão significante da esplenomegalia e estabilização da anemia hemolítica, teste de Coombs negativo. Atualmente está estável, em uso de baixas doses de corticosteroide. Comentários: Os autores chamam atenção para necessidade da investigação da ALPS em pacientes pediátricos que cursam com anemia hemolítica, esplenomegalia e infecções de repetição.
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