Resumo Este artigo aborda as mudanças político-legais e assistenciais no âmbito das políticas públicas de saúde mental no Brasil, demonstrando seus efeitos de Contrarreforma Psiquiátrica. Com base em uma análise documental, foi possível explicitar as tensões geradas nesse processo, com suas repercussões sobre a Reforma Psiquiátrica Brasileira, enquanto processo complexo, especialmente sobre a Rede de Atenção Psicossocial. É discutido, como um caso paradoxal de Contra-Contrarreforma, o exemplo do estado da Bahia, pela sua recente proposta de fechamento dos hospitais psiquiátricos, na direção de uma anunciada intenção de desinstitucionalização das pessoas internadas, que não coincide com o momento da mudança de política de saúde mental brasileira. Conclui-se que o risco de aprofundamento da crise sanitária, social e econômica em todo o território nacional demanda o incremento de medidas de advocacy e mobilização, no sentido de evitar perdas de mecanismos de proteção social, o que também contempla a saúde mental, que simultaneamente se coloca como ameaça aos direitos humanos e à inclusão de pessoas em sofrimento psíquico, mas também como uma oportunidade de reimpulsionar uma reforma que estava em pleno devir.
Viviane dos Santos Souza Enfermeira. Mestre em Enfermagem e Saúde pela Uesb. Especialista em Saúde Mental pela Uesc. Professora assistente da Uesc. Membro do Grupo de Pesquisa em Saúde Mental da Uesc e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde Mental: Loucos por Cidadania da Uesb. Construção social da aprendizagem em saúde mental e saúde da família. Elas incluem, além das citadas, a valorização da pesquisa, do rigor metodológico, do pensamento crítico, da ética e da estética (ou, como Freire gostava de dizer, "decência e boniteza" (2002, p. 20)) e da ligação entre teoria e prática como apoios fundamentais para o ato de educar. Por fi m, a nona frase de Freire sobre o ensinar-que é, provavelmente, a menos explícita delas-merece ser olhada com mais cuidado dentro do tema que será explorado pelo livro organizado por Rozemere Cardoso de Souza e Josenaide Engracia dos Santos: "Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural" (2002, p. 18). Como assim, assunção da identidade cultural? E o que isso tem a ver com saúde mental na atenção primária? Podemos compreender que o trabalho em saúde confi gura uma subcultura, ou seja, um universo de códigos e símbolos específi cos que são compartilhados somente entre as pessoas que trabalham com saúde. Dentro dessa subcultura existem diversas outras. A saúde mental e a saúde da família são dois campos com características, valores, missões e cotidianos muito peculiares. Alguns desses elementos são bastante sobreponíveis. Como exemplo, podemos citar a importância, para ambas, do conceito de comunidade e da herança histórica advinda da reforma sanitária. Outros pontos, no entanto, são bastante distintos, especialmente aqueles que tocam o trabalho cotidiano nos serviços de saúde mental e nas Equipes de Saúde da Família. Há, portanto, identidades culturais que se apresentam e se ocultam nesse processo. Sumário INTRODUÇÃO-Construção social do processo ensino/aprendizagem em saúde mental Rozemere Cardoso de Souza Josenaide Engracia dos Santos .
Objetivo: descrever sentidos, itinerários terapêuticos evivências de mulheres com transtornos mentais e históriapregressa de internação em hospitais psiquiátricos em relação àrede de atenção psicossocial. Metodologia: estudo qualitativo,norteado pelo construcionismo social, conforme abordagem daPsicologia Social. Participaram do estudo oito mulheres, pormeio da entrevista semiestruturada, cujos conteúdos foramanalisados pela construção de sentidos, com base em mapasde associação de ideias e síntese temática. Resultados:os sentidos dados pelas participantes foram agrupados emquatro categorias temáticas: a) da(s) crise(s) ao hospitalpsiquiátrico: itinerários de perdas, preconceitos e maus-tratos;b) trajetórias na rede substitutiva: avanços no cuidado emSaúde Mental; c) atores sociais significativos no processo dedesinstitucionalizar; d) desafios para potencializar o cuidadoem Saúde Mental no território: qual o lugar e o papel daAtenção Básica? Esses sentidos expressam avanços da reformapsiquiátrica e permanências do modelo biomédico nas vivênciasdas participantes em seu processo de desinstitucionalização.Conclusão: os sentidos produzidos por mulheres usuáriasde serviços de saúde mental refletem itinerários e processossociais relacionados às concepções do sofrimento psíquico daprimeira crise aos dias atuais. Podem servir como caminho paraavanços no cuidado em saúde mental de base comunitária.
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