A região oeste do estado do Pará, tem atraído investimentos crescentes devido à sua posição estratégica dentro de um modelo de exportação em consolidação no Brasil, de escoamento de commodities via a calha Amazônica. Este interesse vem acompanhado de conflitos associados a implantação de obras, especialmente de infraestrutura e logística e de mudanças no uso do solo com a conversão de terras. Dentro deste cenário é fundamental que hajam subsídios para que seja realizado um planejamento ambiental adequado tanto das obras quanto das atividades econômicas que vêm sendo propostas e implementadas em nível regional. Este trabalho propõe, através de compartimentação geomorfológica em escala adequada, contribuir para o processo de planejamento ambiental desta região, apontando potencialidades e vulnerabilidades encontradas em cada compartimento. São utilizados dados de sensoriamento remoto óptico e de radar adquiridos com base no regime hidrológico local, associados a dados oficiais (cartas náuticas e topográficas) e observações de campo. A descrição dos compartimentos identificados, traz ainda elementos para a discussão sobre à origem e evolução das formas e dos processos geomorfológicos na planície amazônica e terra firme, além de fornecer as bases para estudos de maior detalhe que possam investigar as relações entre os compartimentos encontrados.
A região do Planalto Santareno, constituída por áreas dos municípios de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, estado do Pará, Brasil, tem emergido como caso emblemático da relação de conflito entre agronegócio e agricultura familiar. Neste artigo, apresentamos as formas de interação entre estes dois modelos produtivos, a partir dos resultados de Zoneamento Participativo da Agricultura Familiar no Planalto Santareno, realizado junto a atores locais como parte de um esforço de co-construção de um Observatório das Dinâmicas Socioambientais na Amazônia. Os resultados mostram que diante de uma de uma lógica relativamente homogênea de expansão do agronegócio no planalto santareno a agricultura familiar se configura e interage com o agronegócio de diversas formas nesse território. Argumentamos que essa diversidade da agricultura familiar, caracterizada por zonas distintas, reflete trajetórias locais que variam de acordo com uma série de fatores operantes de forma contextual, como histórico de ocupação, atributos físicos da paisagem, acesso a mercados, infraestrutura, organização social, proximidade com os centros urbanos, entre outros. Levando em conta essa diversidade propomos reflexões a respeito da relação entre os diferentes modelos de produção abordados, apontando possíveis estratégias de fortalecimento da agricultura familiar.
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada de forma participativa na Amazônia brasileira, na região de Santarém, Pará. O objetivo foi entender como as grandes mudanças socioambientais estão afetando os agricultores familiares. Nos últimos 20 anos, a agricultura familiar, na área de estudo, tem sido confrontada com a rápida expansão de monoculturas de grande escala, principalmente o cultivo de soja. Como parte do Observatório Socioambiental Odyssea, pesquisadores acadêmicos e organizações de agricultura familiar firmaram uma parceria para coproduzir dados que poderiam ser estrategicamente úteis para estas organizações. Um processo de coconstrução de demandas por conhecimento permitiu o estabelecimento de prioridades e a definição da estratégia de coleta de dados. Três níveis de análise foram escolhidos para permitir uma compreensão integrada das dinâmicas das mudanças socioambientais: o nível do território do Planalto de Santarém, o nível da comunidade rural (lugar de vida reconhecido pelos agricultores) e as famílias dos agricultores. Jovens pesquisadores comunitários aplicaram um questionário através de um aplicativo de celular com 544 famílias nos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra. Anteriormente, foram realizadas reuniões nas comunidades rurais e aplicados questionários com representantes de 32 comunidades. Os dados foram coletados entre abril e junho de 2019. Os pesquisadores comunitários e acadêmicos se reuniram então para duas sessões coletivas de análise e interpretação de dados, em julho e outubro de 2019. Os dados foram padronizados e limpos usando o software SPSS, entre setembro e dezembro de 2019. Os metadados e bancos de dados estão disponíveis no dataverse do CIRAD.
A borda ocidental da Serra da Canastra é caracterizada como uma zona de transição entre dois domínios morfoestruturais distintos. A oeste, há a predominância dos terrenos fanerozóicos da Bacia Sedimentar do Paraná, constituídos por rochas sedimentares e ígneas depositadas em estratos sub horizontalizados. Estes terrenos estão dispostos como planaltos residuais por sobre litologias metassedimentares pré-cambrianas da Faixa Brasília Meridional, que sustentam um relevo apalachiano típico com estruturas dobradas e falhadas. A evolução geomorfológica desta área envolve eventos de grande atividade crustal, como o Soerguimento do Alto Paranaíba e momentos de estabilidade climática e tectônica, quando foram desenvolvidas as superfícies de aplainamento encontradas na região. Apesar de haver informações sobre a evolução destes domínios morfotectônicos, estudos envolvendo áreas de interdigitação dos mesmos são relativamente escassos e carecem de sistematização a nível taxonômico que permita a integração dos resultados de modo a agregar evidencias ao quadro evolutivo dessa região. Neste trabalho é investigado o quadro geológico e realizada uma compartimentação geomorfológica como subsídios para caracterização de uma cronologia relativa entre os eventos reconhecidos através da identificação das formas e processos geomorfológicos. É proposta ainda uma taxonomia do relevo que pode ser empregada em futuros estudos nesta e em outras áreas de transição. As evidencias encontradas são confrontadas com as informações já disponíveis para elaboração de um quadro geomorfológico evolutivo para a borda ocidental da Serra da Canastra.
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