A compostagem em reator vem se mostrando uma alternativa promissora no tratamento de resíduos orgânicos domésticos. Neste trabalho avaliou-se a influência do isolamento térmico no funcionamento do reator e a liberação de NH3 e CH4 ao longo do processo. Para isso, construiu-se dois reatores, sendo que em um deles utilizou-se isolamento térmico. Para o monitoramento do processo de compostagem, realizou-se análises de temperatura e umidade. Para verificar a evolução das etapas de transformações da matéria orgânica durante o tempo analisou-se a evolução na liberação dos gases NH3 e CH4. Os resultados de temperatura, umidade, e emissão dos gases NH3 e CH4 mostraram distinção no processo de decomposição entre as partes superiores e inferiores dos reatores, com características aeróbicas (superior) e anaeróbicas (inferior), evidenciando um sistema facultativo. O reator com isolamento térmico apresentou menores diferenças de temperatura e maiores valores de umidade nos pontos analisados.

Os subprodutos da agroindústria cervejeira e vinícola podem contribuir para o desenvolvimento de produtos mais funcionais, uma vez que bagaço de malte e de uva são fontes de compostos bioativos e fibra alimentar. O objetivo deste trabalho foi estudar a aplicação desses subprodutos na produção de cookies. Para isso, foram desenvolvidas duas formulações, com substituição parcial (25 e 50%) da farinha de trigo por um mix de farinha de bagaços de uva e malte (25% e 75%, respectivamente). Foram realizadas análises tecnológicas (antes e após cocção para: perda de massa, expansão horizontal, expansão vertical e índice de expansão aparente), microbiológicas (Salmonella, estafilococos e coliformes a 45 °C), de composição centesimal, atividade antioxidante (ABTS e DPPH), e análise sensorial de aceitação e intenção de compra, comparando as diferentes formulações em duas sessões (sem informação e com informação da presença dos subprodutos fontes de fibras e antioxidantes). Os resultados demonstraram maior expansão aparente na formulação de 25% (índice de expansão=134,16%). O alto teor de fibras e compostos fenólicos foi observado principalmente na formulação de 50% (38,20% e 0,40mg/g, respectivamente). A formulação 50% apresentou diferenças significativas na análise sensorial, quando cientes da composição dos cookies, os consumidores tiveram maior aceitação nos atributos cor, textura e aceitação global, assim como na intenção de compra. Conclui-se que a aplicação de subprodutos na produção de cookies contribuiu para melhoria nutricional com aumento de fibras e compostos fenólicos e a informação dada aos consumidores influenciou positivamente na aceitação e intenção de compra.

Apesar do alto valor nutricional e potencial econômico, muitas espécies nativas e exóticas brasileiras permanecem inexploradas. No Planalto Norte Catarinense, diversas espécies de flora nativa ainda não foram estudadas, dentre elas está o anil (Coccocypselum geophiloides). Assim, este trabalho visou caracterizar o anil quanto a sua composição química e potencial antioxidante. As amostras parcialmente secas foram avaliadas quanto a sua composição química (umidade, cinzas, proteínas, lipídeos, fibra alimentar e suas frações solúvel e insolúvel) e potencial antioxidante (teor de polifenóis e capacidade antioxidante). Dentre os resultados obtidos têm-se destaque para a fibra alimentar a qual representa 64,48% da composição química do anil. Este componente possui elevada relevância funcional e nutricional devido ao papel que desempenha no organismo humano. O teor de polifenóis e a elevada capacidade antioxidante do anil também merecem destaque, principalmente por não terem sido influenciados pelo processo de secagem. Na literatura não existem estudos já publicados sobre o anil, dessa forma todos os resultados obtidos neste trabalho são inéditos. Baseado na sua composição química e propriedade antioxidante, o anil apresenta potencial para ser utilizado em formulações alimentícias, seja por conferir propriedades nutricionais ou funcionais. No entanto, estudos fitotécnicos, toxicológicos, bromatológicos e sobre a aplicação do anil em formulações alimentícias precisam ser conduzidos. Estes resultados poderão estimular o plantio comercial desta espécie nativa e sua inserção no agronegócio local, como uma nova fonte de renda e emprego na região.