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Diferindo das correntes teóricas convencionais de interpretação da formação socioespacial dos países latino-americanos, que enfatizam o papel do capital comercial na transição ao capitalismo, Ignácio Rangel elabora uma teoria original que supera visões generalizantes deste processo, sendo capaz de identificar como se combinam dialeticamente diferentes modos de produção em uma unidade de contrários, em meio a sua dupla determinação (interna e externa) e, deste modo, como se comporta o universal em suas manifestações particulares. À luz do pioneirismo teórico de Rangel, o presente artigo busca identificar o processo histórico de constituição do que chamamos de dualidade básica da economia mexicana, uma construção que absorve elementos da estrutura de organização social dos povos pré-colombianos, da coroa feudal ibérica e de seu capital comercial, para gerar uma síntese dual.
Resgatando a tradição marxista-leninista de investigação das realidades nacionais, Milton Santos alça ao grau de paradigma interpretativo da Geografia Humana a categoria de Formação Socioespacial, tão cara à Lênin em seus estudos sobre a Rússia e os EUA. Sob a primazia do materialismo histórico, a Formação Socioespacial se atém à ideia de totalidade e à dialética entre o universal e o particular. No entanto, essa categoria cada dia perde mais força no âmbito da própria geografia, sobretudo por aqueles influenciados por um marxismo vulgar, sem visão de processo histórico e da “análise concreta da situação concreta”, bem como por aqueles influenciados pela onda pós-moderna que assolou as ciências humanas com o neoliberalismo. Deste modo, o presente artigo busca identificar as contradições entre a categoria de Formação Socioespacial e (1) a perspectiva circulacionista, da teoria do sistema-mundo, e (2) a filosofia pós-moderna, ambas a antítese da totalidade.
Através do referencial teórico-metodológico da teoria da dualidade básica (I. Rangel), busca-se com este artigo investigar o desenvolvimento econômico e social da América Latina a fim de explorar a potencialidade explicativa da teoria rangeliana e validá-la como meio para uma análise rigorosa da formação socioespacial latino-americana, em alternativa às perspectivas circulacionistas e cepalinas. Os principais resultados apontam para a superação, por parte da teoria da dualidade, das perspectivas circulacionistas/dependentistas que atribuem foco central nas externalidades, através de uma análise que engendra tanto a esfera da produção quanto da circulação. Bem como supera os modelos cepalinos que se atém a visão nada dialética da contínua reprodução do arcaico em antagonismo ao moderno, e explicita a progressividade da história sob a especificidade de um desenvolvimento desigual e combinado da periferia do sistema capitalista.
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