Neste estudo, objetivamos analisar e descrever o funcionamento do clítico SE em estruturas tradicionalmente classificadas como reflexivas, bem como a variação entre o emprego e a omissão desse clítico na fala de informantes do Português Popular e do Culto de Vitória da Conquista-BA, levando em consideração fatores linguísticos e extralinguísticos que estariam atuando na realização da variável. A hipótese geral lançada nesta pesquisa é a de que as variações semânticas nas funções do SE parecem atuar como indícios de trajetória de mudança, que fazem com que ele caminhe de uma função original de pronome reflexivo a uma categoria de afixo verbal, mediante processo de gramaticalização (cf. BYBEE et al, 1994; HOPPER; TRAUGOTT, 1993). Isto posto, com base nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista e do Sociofuncionalismo, analisamos as 48 entrevistas extraídas de dois corpora orais, o Corpus do Português Popular de Vitória da Conquista (Corpus PPVC) e o Corpus do Português Culto de Vitória da Conquista (Corpus PCVC), constituídos pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e Sociofuncionalismo/CNPq – Janus, estratificadas quanto ao sexo, tempo de escolarização e faixa etária dos informantes. Os resultados obtidos evidenciaram a preferência dos conquistenses pelo uso do clítico, em detrimento de seu apagamento. Quanto ao condicionamento linguístico, o uso do SE mostrou-se sensível ao tipo de clítico e à classe semântica do verbo. Em relação ao condicionamento social, constatamos que a presença do SE é mais favorecida entre os informantes mais escolarizados e da faixa intermediária.
Neste artigo, objetivamos descrever as variações semânticas no (des)uso do clítico SE, em estruturas tradicionalmente classificadas como reflexivas, na fala vernácula de Vitória da Conquista-BA. Tais variações atuam como indícios de trajetória de mudança, que fazem com que o SE caminhe da função original de clítico reflexivo para a categoria de afixo verbal, via gramaticalização. Para testar essa hipótese, analisamos dados extraídos dos corpora orais PPVC (Corpus do Português Popular de Vitória da Conquista) e PCVC (Corpus do Português Culto de Vitória da Conquista), baseados nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista e do Sociofuncionalismo. Os nossos resultados evidenciaram a preferência dos conquistenses pelo emprego do clítico. Quanto ao condicionamento linguístico, a presença do SE revelou-se sensível ao tipo de clítico e à classe semântica do verbo. Relativamente ao condicionamento social, verificamos que o uso do SE é mais favorecido entre os informantes mais escolarizados e da faixa intermediária.
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