O artigo apresenta, como objeto de estudo, a variação das vogais pretônicas em assentos de casamentos do século XVIII, com o objetivo de analisar a variação das vogais pretônicas através dos processos fonológicos (alçamento e abaixamento) e por variações ortográficas e etimológicas com o intuito de observar de qual maneira esses processos se desencadeavam nos livros de registros paroquiais da Freguesia de Santo Antônio do Urubu de baixo do sertão do São Francisco. Embasando-nos na Linguística Histórica – sob um viés filológico – em diálogo com a Fonologia, analisamos a relação existente entre a fonte documental e os manuais ortográficos dos períodos pretéritos. Considerando a hipótese inicial de que os scriptores seguiam a tradição documental para exarar os assentos de casamentos, embora fossem influenciados pela oralidade, reflexo do contexto sócio-histórico em que o manuscrito foi produzido, buscamos responder o seguinte questionamento: as variações gráficas das vogais pretônicas revelam indícios da oralidade, nos assentos de casamentos, refletindo o conflito entre os períodos ortográficos da língua portuguesa? Esperamos, com este trabalho, contribuir com os estudos linguísticos que remontam ao português brasileiro, sobretudo no sertão do Rio São Francisco.
Neste trabalho, discutimos o fenômeno da variação na concordância nominal de número no português culto de Vitória da Conquista por meio de um registro sistematizado da fala dos informantes à luz da Teoria da Variação e Mudança. Apresentamos um estudo comparativo entre os dados por nós analisados e os dados analisados por Guimarães (2014), referentes ao português popular.PALAVRAS-CHAVE: Concordância nominal de número. Estudo comparativo. Português popular. Português culto.
Neste artigo, objetivamos descrever as variações semânticas no (des)uso do clítico SE, em estruturas tradicionalmente classificadas como reflexivas, na fala vernácula de Vitória da Conquista-BA. Tais variações atuam como indícios de trajetória de mudança, que fazem com que o SE caminhe da função original de clítico reflexivo para a categoria de afixo verbal, via gramaticalização. Para testar essa hipótese, analisamos dados extraídos dos corpora orais PPVC (Corpus do Português Popular de Vitória da Conquista) e PCVC (Corpus do Português Culto de Vitória da Conquista), baseados nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista e do Sociofuncionalismo. Os nossos resultados evidenciaram a preferência dos conquistenses pelo emprego do clítico. Quanto ao condicionamento linguístico, a presença do SE revelou-se sensível ao tipo de clítico e à classe semântica do verbo. Relativamente ao condicionamento social, verificamos que o uso do SE é mais favorecido entre os informantes mais escolarizados e da faixa intermediária.
Este estudo considera empiricamente a variação linguística no uso da concordância verbal (CV) na terceira pessoa do plural ou P6, buscando aferir, pela observação do desempenho linguístico de falantes do português popular de Vitória da Conquista - BA, se a aplicação da regra de concordância constitui um fenômeno de variação estável ou mudança em curso. Tomando o corpus do PPVC - Português Popular de Vitória da Conquista, foram analisados alguns grupos de variáveis linguísticas e sociais objetivando mensurar quais fatores estariam condicionando o índice de 17,2% de aplicação da CV em P6 pelos indivíduos desta comunidade.PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Português Popular. Variação. Mudança. Concordância Verbal. Vitória da Conquista.
ABSTRACTThis research empirically considers the linguistic variation in the use of verb agreement (CV) in the third person plural or P6, in order to measure by observing the linguistic performance of Brazilian speakers in Vitória da Conquista - BA, if the application of the rule of agreement is a phenomenon of stable variation or change in course. Considering the corpus of PPVC - Popular Portuguese from Vitoria da Conquista – BA, we analyzed some groups of linguistic and social variations in order to know the factors that are conditioning the level of 17,2 % of application of verbal agreement in P6 in the speech of speakers from this community.KEYWORDS: Sociolinguistic. Popular Portuguese. Variation. Change. Verbal Agreement. Vitória da Conquista.
O presente estudo aborda o uso de abreviaturas no Livro n.º 1 dos assentos de casamentos da Freguesia de Santo Antônio do Urubu de baixo do Rio São Francisco (1719-1753), exarado por oito diferentes scriptores ao longo do recorte temporal estudado. Este trabalho apresentará uma breve descrição codicológica, bem como o levantamento da frequência do uso das abreviaturas, com o objetivo de revelar as tendências utilizadas na época em que o manuscrito foi produzido, como também, as peculiaridades de cada scriptor. Metodologicamente, para empreender este estudo, realizamos a (i) exploração das particularidades do suporte material do documento; (ii) leitura e transcrição a partir da reprodução fac-similar; (iii) sistematização do número de ocorrências e comparação das frequências de acordo com o sistema de classificação das abreviaturas com o auxílio da ferramenta computacional aplicada à Terminologia AntConc (2011) e (iv) reflexão filológico-paleográfica das abreviaturas e dos sinais de abreviações. Por meio do referencial teórico, buscamos trilhar os caminhos filológicos e paleográficos, recorrendo às obras de Bluteau (1728), Vieira (1871), Spina (1977), Acioli (1994), Núñez Contreras (1994), Cambraia (2005), Berwanger e Leal (2008) e Flexor (2008). Os resultados evidenciaram que o uso das abreviaturas, no documento analisado, seguia as tendências gerais da época, transmitidas pela tradição documental, embora as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1719) orientavam que os registros paroquiais deveriam ser exarados por extenso para evitar enganos e dificuldades na leitura.
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