No final do século XX os discursos sobre o corpo passaram a ser associados à práticas educativas que enunciavam, dentre outros aspectos, a urgência dos indivíduos se tornarem responsáveis por seus corpos educando-os para a beleza, a saúde e aparência de "boa forma". O cuidado de si, tornou-se gradativamente responsabilidade de cada indivíduo que, para se manter dentro da chamada "boa forma", precisou se submeter a sacrifícios e cuidados. Segundo Paula Sibília, o que se afirma é que a salvação dos corpos, o alcance dessa "boa forma", comumente, pode ser comprado: A tecnociência vende a promessa de que uma boa gestão de si permitiria superar -ou pelo menos, contornar de maneira transitória, porém efetiva -os problemas acarretados pela nossa indigna condição carnal. Recorrendo às mais diversas técnicas e saberes à venda, nos é dito que tais obstáculos podem ser ultrapassados, eliminados, lipoaspirados. A salvação é individual e pode ser adquirida em prestações, aqui e agora -porém, logicamente, é preciso pagar por elas. 4Em um momento no qual os indivíduos se tornaram responsáveis pela sua beleza e boa forma, a luta para que seus corpos se enquadrem e se eduquem através dessa "moral estética" é cotidiana. No mundo cultuado pelas celebridades da Televisão, do cinema e dos reality shows "educativos" das ultimas décadas do século XX os famosos promovem práticas educativas midiáticas que chegam ao universo das pessoas consideradas comuns quando a experiência de um corpo tido como "perfeito" passa a ser perseguida. E, assim como as chamadas celebridades, os
No final do século XIX e primeiras décadas do século XX a cidade da Parahyba do Norte, influenciada pelas ideias de modernidade e civilização, vivenciou uma série de reformas no espaço físico bem como diversas transformações nos costumes, hábitos e cotidiano de sua população. Essas reformas buscaram “retirar" e “excluir” das áreas centrais da cidade aqueles que eram tidos como responsáveis por promover a “desordem”. Tratava-se de destruir desde edificações fora do chamado alinhamento e/ou excluir e, se possível, silenciar historicamente, os pobres, menores abandonados, mendigos e loucos que perambulavam pelas ruas. Neste artigo, se pretende estudar, especificamente, as tentativas de exclusão dos indivíduos considerados loucos das ruas da cidade da Parahyba do Norte, bem como a psicopolítica da exclusão. Para tanto, foram pesquisadas fontes como os Relatórios dos Presidentes de Estado/Província, Relatório da Santa Casa de Misericórdia e Jornais da época. Buscou-se historicizar as tentativas de controle dos ditos “furiosos” na Cadeia Pública, na Santa Casa da Misericórdia, posteriormente, no asilo Sant’Anna e, por fim, no hospital Colônia Juliano Moreira, quando os médicos psiquiatras puderam exercer um saber/poder nas instituições, pautados nos discursos científicos, que enclausurava, vigiava e silenciava os rotulados com a marca da loucura.
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