Inspiradas em modelos de países como Inglaterra, França e Rússia foram criadas Companhias para aprendizes marinheiros no Brasil. A primeira delas que se têm notícias foi instituída em 1840 na Corte. Em 17 de janeiro de 1871, sob o decreto n. 4680, foi criada a Companhias de Aprendizes Marinheiros na província da Parahyba e em 1873 na província do Rio Grande do Norte. Discutimos nesse artigo as condições de criação desses espaços educacionais nas duas províncias e, mais especificamente, a constituição de um currículo escolar pretendido para a formação daqueles jovens. Para além das disciplinas nos interessa apreender as práticas educativas prescritas para a organização do cotidiano escolar e as formas de controle dos corpos que deveriam ser instruídos e disciplinados. Metodologicamente analisamos os Relatórios de Presidente de Província e de Ministros da Marinha, espaço em que circulou a proposta de “formar bons marinheiros e uma educação proveitosa às crianças expostas aos vícios e a miséria”.
Palavras-chave: currículo escolar, práticas educativas, Companhia de Aprendizes Marinheiros.
Esse artigo tem por objetivo analisar os discursos dos parlamentares que propuseram a chamada “Lei da Ideologia de Gênero” nos municípios de Santa Rita, Patos e Campina Grande no estado da Paraíba. Essas leis foram propostas e aprovadas a partir do embasamento ideológico cristão, com a finalidade de proibir o debate de gênero nas escolas públicas e privadas dos referidos municípios. Metodologicamente, utilizamos a proposta da análise do discurso a partir de Michel Foucault (2014) que visa perceber a produção discursiva como um exercício de leitura, interpretação e produção de um outro/novo discurso. Para tanto, nos debruçamos sobre as entrevistas feitas com os três parlamentares no sentido de perceber seus interesses e “ideologias” defendidas. Ideologia, gênero e educação são categorias fundamentais para o diálogo teórico nesse texto. Portanto, conclui-se que a chamada “Lei da Ideologia de Gênero” funcionou como um dispositivo proibitivo e punitivo, mas que também gerou resistências.
No final do século XX os discursos sobre o corpo passaram a ser associados à práticas educativas que enunciavam, dentre outros aspectos, a urgência dos indivíduos se tornarem responsáveis por seus corpos educando-os para a beleza, a saúde e aparência de "boa forma". O cuidado de si, tornou-se gradativamente responsabilidade de cada indivíduo que, para se manter dentro da chamada "boa forma", precisou se submeter a sacrifícios e cuidados. Segundo Paula Sibília, o que se afirma é que a salvação dos corpos, o alcance dessa "boa forma", comumente, pode ser comprado:
A tecnociência vende a promessa de que uma boa gestão de si permitiria superar -ou pelo menos, contornar de maneira transitória, porém efetiva -os problemas acarretados pela nossa indigna condição carnal. Recorrendo às mais diversas técnicas e saberes à venda, nos é dito que tais obstáculos podem ser ultrapassados, eliminados, lipoaspirados. A salvação é individual e pode ser adquirida em prestações, aqui e agora -porém, logicamente, é preciso pagar por elas.
4Em um momento no qual os indivíduos se tornaram responsáveis pela sua beleza e boa forma, a luta para que seus corpos se enquadrem e se eduquem através dessa "moral estética" é cotidiana. No mundo cultuado pelas celebridades da Televisão, do cinema e dos reality shows "educativos" das ultimas décadas do século XX os famosos promovem práticas educativas midiáticas que chegam ao universo das pessoas consideradas comuns quando a experiência de um corpo tido como "perfeito" passa a ser perseguida. E, assim como as chamadas celebridades, os
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