ResumoDiante do lema "sapere aude", com o qual Kant apresenta sua caracterização de esclarecimento, colocase imediatamente a questão: o que signi¿ ca pensar por si mesmo? Apesar de Kant procurar responder a isso ao longo do texto, muitas di¿ culdades permanecem enquanto as teses ali defendidas não forem integradas no horizonte da ¿ loso¿ a crítico-transcendental. Em primeiro lugar, mostra-se como o esclarecimento é uma noção ambivalente, por um lado se refere ao indivíduo, por outro, se refere a uma época. Em segundo lugar, o esclarecimento implica essencialmente uma mudança no método e não necessariamente no conteúdo do pensamento, nesse sentido, o esclarecimento exige um determinado modo de pensar (Denkungsart), que se caracteriza pela disposição de se fazer um uso público da razão, ou seja, a disponibilidade pública de pedir e oferecer razões para justi¿ car determinada posição. Em terceiro lugar, defende-se que na expressão "fazer uso de teu próprio entendimento", o termo entendimento deve ser interpretado em um sentido lato, isto é, de forma a abarcar tanto a razão no seu uso teórico quanto no seu uso prático. Mais do que isso, defende-se que o principal objetivo do Esclarecimento, segundo Kant, é o estabelecimento de um modo de pensar autônomo em sentido moral. Perpassando todos esses três pontos, evidencia-se a importância desempenhada pela ¿ loso¿ a, seja enquanto aquela que deve zelar pelos princípios do uso público da sã razão, seja enquanto doutrina da sabedoria. Palavras-chave: Kant -Esclarecimento -Liberdade -Sabedoria AbstractFacing the dilemma "sapere aude", with which Kant introduces his enlightenment characterization, immediately appears the question: what means to think by oneself? Despite Kant tries to answer to that along the text, many dif¿ culties will remain while the thesis defended there are not integrated in the horizon of critical-transcendental philosophy. First, it is showed how the enlightenment is an ambivalent notion, on one side it refers to the individual, on the other, it refers to an epoch. Second, the enlightenment implies essentially a change in the method and not necessarily in the thought content, in this sense, the enlightenment demands a certain way of thinking (Denkungsart), that is characterized by the disposition to make a public use of reason, in other words, the public availability to request and offer reasons to justify determined position. Third, it is defended that in the expression "make use of your own understanding", the term "understanding" should be interpreted in a lato sensu, that is, in order to taking into account the reason in its theoretical as well as in its practical use. Furthermore it is defended that the main goal of Enlightenment, according to Kant, is to establish an autonomous way of thinking in a moral sense. Passing by all of these three points, it stays evident the importance performed by philosophy, both as the one that should look after the principles of the public use of the sane reason, and as wisdom doctrine. Esclarecimento [Aufklärung]...
Este artigo discute as relações existentes entre direito e ética na filosofia política kantiana e, ao contrário da interpretação dominante, procura mostrar que a boa vontade precisa estar presente para que a política possa alcançar plenamente seus objetivos. Nesse sentido, defende-se aqui duas teses: primeira, que não há uma ruptura das teses políticas da década de oitenta com as teses políticas da década de noventa no sentido de um abandono da necessidade de uma boa vontade no campo da política, a qual é condição necessária para a realização de uma constituição republicana; segunda, contra uma interpretação exclusivamente liberal, defende-se que isso implica que o republicanismo kantiano permite que o Estado assuma medidas institucionais para um esclarecimento moral de seus cidadãos.
Sobre o significado e a legitimidade transcendental dos conceitos de precisão, interesse, esperança e crença na filosofia kantiana Resumo: Este trabalho apresenta uma interpretação abrangente e sistemática do significado e da legitimidade dos conceitos de precisão (Bedürfnis), interesse (Interesse), esperança (Hoffnung) e crença (Glaube) no interior da filosofia kantiana. A análise desses conceitos está diretamente vinculada à discussão acerca da natureza da razão prática pura, da legitimidade do conceito de sumo bem e da unidade arquitetônica da razão. Defende-se que tanto os conceitos de precisão e interesse, assim como os conceitos de crença e esperança possuem legitimidade transcendental e concordam com as bases da filosofia crítica.Palavras-chave: Precisão. Interesse. Esperança. Crença. Razão prática.Abstract: This paper provides a systematic and comprehensive interpretation of the meaning and legitimacy of the concepts of need (Bedürfnis), interest (Interesse), hope (Hoffnung) and belief (Glaube) of pure reason according to Kantian philosophy. This analysis is directly related to the discussion about the nature of pure practical reason, the legitimacy of the concept of highest good and the architectural unity of reason. It is argued that both the concepts of need and interest, as well as those of belief and hope possess transcendental legitimacy and are in accordance with the foundation of critical philosophy.
Neste artigo apresenta-se o significado do conceito de sociabilidade insociável e de sua importância para a filosofia histórico-política de Kant. Defendem-se aqui duas teses importantes: primeira, que esse conceito se insere essencialmente num paradigma biológicoteleológico em vez de físico-mecânico; segunda, que a insociabilidade deve ser compreendida como se referindo a inclinações e não a paixões, o que, por sua vez, permite pensá-la em concordância com um progresso moral também dos indivíduo.
RESUMOO objetivo deste artigo é analisar o significado da tese central da filosofia kantiana da história: que a humanidade se encontra em um constante progresso para o melhor. Contudo, apesar de parecer a primeira vista simples, a discussão do próprio significado dessa tese está longe de alcançar um consenso na literatura. A originalidade deste trabalho é apresentar pela primeira vez um mapeamento geral, sistemático e exaustivo das diferentes interpretações e críticas que essa tese recebeu ao longo da história. Nesse sentido, qualquer resposta que pretenda ser minimamente satisfatória precisa levar em consideração todos os argumentos e posições aqui apresentados. Palavras-chave:Kant; filosofia da história; progresso jurídico e progresso moral ABSTRACTThe objective of this paper is to analyze the meaning of the central thesis of Kantian philosophy of history: that humanity is in constant progress. However, although it seems simple at first glance, the question of the meaning of this thesis is still a topic for intense debate. The originality of this paper is to present, for the first time, a general, systematic and exhaustive chart of the different interpretations and criticisms this thesis has received throughout history. Thus, any interpretation that aims to be minimally satisfactory needs to consider all arguments and positions presented here.Keywords: Kant; philosophy of history; legal and moral progress A filosofia kantiana da história não é mais uma versão panglossiana da história caracterizada por uma ingenuidade infantil, ou por uma exigência lógica do "melhor dos mundos possíveis". Kant reconhece que ao se contemplar o palco do mundo, apesar da "esporádica aparição da sabedoria em casos isolados, tudo, no entanto, se encontra em seu conjunto, tecido de loucura, vaidade infantil e, com muita frequência também de infantil maldade e ânsia destruidora".1 Também concorda com Rousseau, preferindo o estado dos selvagens ao estado atual de civilidade, caso a humanidade não progrida moralmente, pois é neste ínterim que ela "padece os piores males sob a aparência enganadora do bem-estar exterior". 2 Assim, pode-se observar que o desenvolvimento humano está historicamente associado ao crescimento da miséria, da violência e da pressão social. 3 Claro que Kant também não está defendendo que o progresso precise gerar infelicidade, já que ela é vista como consequêcia do mau uso das forças
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