INTRODUÇÃOCoriorretinite esclopetária é um termo introduzido na literatura alemã por Goldzieher (1)(2)(3) e se refere a um trauma da retina e coróide por projétil de arma de fogo. O projétil não penetra o globo, passando adjacente a ele e à parede da órbita, causando roturas da retina e coróide, por sua alta velocidade (2) . As duas categorias são: tipo direto (anterior) -ocorre no local do impacto; e o indireto (posterior) -ocorre como um contra-golpe. As roturas diretas, na maior parte das vezes, estão dispostas paralelas à "ora serrata"; já as indiretas, verticais e concêntricas ao disco óptico.Ao examinarmos o fundo de olho de um paciente com este diagnóstico, iremos nos deparar com hemorragias retiniana e vítrea, roturas de coróide e retina e edema de Berlim. Além disto, é freqüente a proliferação fibrovascular numa fase mais tardia, secundária à neovascularização sub-retiniana, complicação presente em 25 a 50% das roturas de coróide (2) .O descolamento de retina é raro, já que nas bordas da lesão desenvolvemse firmes adesões coriorretinianas que agem como retinopexia espontânea.Neste trabalho, descrevemos três casos diagnosticados como coriorretinite esclopetária, atendidos no pronto-socorro do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo.
RELATO DE CASOS
Caso 1Homem de 25 anos, pardo, admitido no PS-ICHC em 24 de fevereiro de 2000, vítima de ferimento por arma de fogo, transfixando ambas as órbitas. Foi avaliado pela neurocirurgia, apresentando midríase paralítica em ambos os olhos, com o restante do exame neurológico normal.A acuidade visual era sem percepção luminosa bilateral. O exame ocular externo mostrou ferimento perfurante na região lateral da órbita direita. À direita, as pálpebras mostravam-se edemaciadas e equimóticas. Ao exame da
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