Com o intuito de alcançar a convergência contábil, melhorar a comparabilidade e mensuração do valor econômico da firma, as normas IFRS - Internacional Financial Reporting Standards (Normas Internacionais de Informações Financeiras, em português), estabelecidas de forma mandatória no Brasil no ano de 2010, refletem menor custo de capital e consequente criação de valor para as firmas. O objetivo principal da pesquisa foi investigar empiricamente a relação entre IFRS mandatório e criação de valor das empresas de capital aberto não financeiras brasileiras. Foi utilizada uma amostra de empresas brasileiras regularmente negociadas na B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) entre 2003 e 2014. O método econométrico utilizado foi diff-in-diff, que isola o efeito do IFRS por meio das características não observadas. Estimaram-se modelos com dados agrupados e painel com efeito aleatório. Para as métricas de criação de valor, foram encontrados efeitos positivos e significantes nas variáveis Q de Tobin e Market-to-Book. Os dados evidenciam que o IFRS mandatório impacta positivamente a criação de valor e mostram o aumento da qualidade nos demonstrativos financeiros.
RESUMO Este artigo buscou analisar a evolução histórica, a composição e os determinantes da especialização de dívida de empresas brasileiras negociadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), de 2004 a 2019, em termos agregados e de acordo com suas restrições financeiras. Este artigo difere-se dos poucos estudos neste tópico desenvolvidos no Brasil e em outros países por promover uma discussão acerca da especialização da estrutura de dívida em um contexto de restrições financeiras, uma vez que são uma característica relevante de mercados emergentes, como o brasileiro. A relevância deste estudo está em identificar que a especialização da dívida é um atributo apenas de empresas com restrição financeira, e não de empresas sem essas restrições. O impacto deste estudo está no melhor entendimento do motivo de empresas brasileiras estarem reduzindo sua especialização de dívida, diferente de outras evidências internacionais, como as estadunidenses. Foram estimadas estatísticas descritivas e regressões usando o método de probit e de tobit para 246 empresas brasileiras entre 2004 e 2019. O resultado principal é de que empresas com restrições financeiras são mais propensas a especializar sua estrutura de dívida. Apesar dessa propensão, essas empresas foram as que mais diminuíram sua especialização de dívida entre 2004 e 2019 (-27,77%), comparado ao restante da amostra (27,5%) e a empresas sem restrições (-19,48%), revelando um comportamento contrário ao do cenário estadunidense, no qual as empresas são cada vez mais especializadas.
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