O objetivo deste artigo é levantar, sistematizar e analisar os efeitos das legislações que regulamentam o uso do nome social de estudantes travestis e transexuais nas escolas brasileiras. Para isso, problematizaram-se as identidades trans (travestis e transexuais) no ambiente escolar, balizadas no diálogo entre as teorias de Michel Foucault e Judith Butler, dentre outros(as) autores(as). Como os processos de subjetivação se configuram em modos de normatização e de singularização que se estabelecem tanto no sujeito individual, como nos múltiplos espaços sociais em que este(a) vive, a ingerência na escola pode propiciar a re/construção das identidades num processo dinâmico e continuado, invariavelmente interpelado por dispositivos sociais e curriculares.Assim, recorremos aos estudos queer para buscar compreender a pluralidade sexual e de gênero no contexto escolar, uma vez que as experiências transexuais e travestis na escola são múltiplas e singulares. A pesquisa realizada evidenciou que as legislações e políticas públicas voltadas para a comunidade LGBT são precárias e insuficientes para garantir o acesso e permanência de travestis e transexuais na escola. Por isso, este artigo se encerra com uma reflexão sobre a urgência e a possibilidade de inclusão dos temas diversidade sexual e identidades de gênero na formação de professores (as) e, consequentemente, no cotidiano escolar.
Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir a concepção da metodologia de ensino de investigação temática, por meio da leitura da epistemologia freiriana, como possibilidade pedagógica para uma educação transformadora. Referenciando-nos na obra de Paulo Freire e em teóricos de linhagem freiriana, a configuração dessa abordagem temática se apoia no dialogismo e na problematização das situações vivenciadas pelos educandos por meio da investigação de um tema gerador, com base nos conteúdos programáticos e nos conhecimentos referentes a uma dada realidade. Tal investigação possibilita que os sujeitos dialoguem com diferentes conhecimentos e percepções, em busca de respostas para as situações colocadas pelo método de problematizar a realidade. Com a leitura da epistemologia freiriana, é possível observar uma organização da ação pedagógica do educador pela busca de temáticas significativas para, só então, realizar a seleção de conhecimentos sistematizados da sua área de conhecimento – interdisciplinar ou disciplinar –, do conteúdo programático, e, assim, preparar o seu plano de aula e as atividades. Como resultado do mergulho na episteme freiriana, fica a convicção de que uma educação transformadora só será possível com base em uma relação horizontal entre educador e educando mediada pelo diálogo, e é nessa relação que surge a problematização, para acercar uma temática significativa, tendo como pressuposto que quem ensina também aprende.
O enredo da Estação Primeira de Mangueira de 2019 trouxe à baila heróis e heroínas ignorados/as pela história oficial e, por consequência, ausentes nos livros didáticos e no currículo escolar. A possibilidade de dar lugar a esse avesso de nossa narrativa toca nos pressupostos da formação escolar, uma vez que somos formados com base nas referências das classes hegemônicas. Por isso, problematizar essa questão, em diálogo com o que se propõe no desfile da Mangueira, é o objetivo deste ensaio. Para nos ajudar a percorrer as complexas e coloridas alas deste desfile de ideias, recorremos às elucubrações sobre narrativa em Benjamin; e no conceito de necropolítica de Mbembe. Analisar a potente apresentação da Mangueira, em diálogo com a Educação, pode contribuir para a reflexão de uma escola calcada nos Direitos Humanos, na democracia e na justiça social.
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