Pedro Ângelo Pagni é professor livre-docente do Departamento deAdministração e Supervisão e do Programa de Pós-Graduação em Educação daFaculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (FFC-UNESP)campus de Marília. Graduou-se em Educação Física pela UNESP (1987); possuimestrado em História e Filosofia da Educação pela PUC de São Paulo com a dissertação intitulada Fernando de Azevedo educador do corpo (1994); e, doutoradopela UNESP com a tese chamada Do Manifesto de 1932 à construção de um saber pedagógico: ensaiando um diálogo entre Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira(1999). Recentemente alcançou a livre-docência em Filosofia da Educação (2011)pela UNESP de Marília.
O artigo investiga a relação existente entre neoconservadorismo e neoliberalismo para sustentar a hipótese de que todo sujeito deficiente ou socialmente excludente é uma crítica encarnada ao neoliberalismo, logo, sujeitos insuportáveis. Parte-se da concepção que suas singularidades somáticas e existenciais engendram eficiências diferentes aos padrões das competências e das habilidades neoliberais. O neoliberalismo não pode suportar nem aceitar tal perspectiva e faz uso do neoconservadorismo como estratégia conveniente para rechaçar as multiplicidades existenciais por intermédio de uma série de estigmatização. Será na análise dos arcaísmos que se pode melhor compreender o funcionamento deste neoconservadorismo e as razões pelas quais as políticas públicas de inclusão escolar devem ser corroídas e exterminadas. Para tanto, dois eixos de análises são desenvolvidos. No primeiro, investiga-se a relação entre neoconservadorismo e arcaísmos no neoliberalismo, ressaltando como ambos requerem subjetividade conservadora. Em seguida, avança-se na compreensão de como a modelização subjetiva neoliberal alcança seus sujeitos dentro e fora dos muros da escola, porém, para destruir a inclusão escolar. Ao cabo, o artigo sustenta algumas razões por que ainda é preciso defender a inclusão escolar.
O objetivo é discutir os desafios das artes de governo e das tecnologias de si à função-educador. A possível acusação de impotência diante das relações microfísicas de poder levou Foucault à elaboração da noção de governo dos homens e a traçar uma história das práticas de subjetivação do Ocidente. Na escola moderna é possível observar a imbricação dessas artes de governo e das técnicas de si desde o início de sua emergência, no século XVIII, de um lado, como mecanismo de disciplinarização dos corpos para torná-los dóceis e úteis ao trabalho fabril, e de outro lado, como tecnologia de produção de sujeitos que governam a si mesmo, dirimindo assim, as possibilidades de revoltas e sublevações à ordem instituída. Considera-se, pois que o dilema do educador só pode se resolver quando por ocasião das liberações houver também investimento ético nas práticas de si.
In this article, we seek to discuss the recurrence of racism and prejudice toward black lives and childhoods, in spite of repeated initiatives to overcome it by social and educational policy-makers. Following the investigations launched by Michel Foucault on the biopower hypothesis, we revisit some of his interpreters, with the objective of discussing the challenges posed by racism to pedagogical provisions for black children and—following on a concept offered by Emmanuel Levinas--an education of the Face (el Rostro), as a weapon in the political field of struggle against the thanatological dimension of biopolitics. To do so, we retrace some scenes from the history of inclusion devices – especially those policies aimed at black populations. We reflect on the racism embedded in our historical unconscious and discuss how it affects the education of the black Face in our country. We problematize the peculiarities of Brazilian racial prejudice and explore its necropolitical positioning when it comes to the governance of black childhoods. We conclude that the current form of governmentality and education needs a movement of de-rostification—deconstuction of the black Face--in order to identify a future for black children that makes it possible to rise up against the hegemonic order of the white-male-heterosexual-christian-European, and to create processes of subjectivation that can build solidarity with the multiplicity of others-becoming-minoritarian.
O papel do intelectual ocupa lugar importante no pensamento de Foucault assumindo ao longo do seu percurso um relevo ético-político. Inicialmente Foucault entende que o aparecimento da figura do intelectual específico marca uma nova relação entre teoria e prática, tal transformação decorre de novas configurações de poder que ao modificar todo tecido social politiza o papel dointelectual a partir de sua ocupação específica, condições de vida e trabalho. Posteriormente, com a exigência de pensar uma ontologia da atualidade, Foucault passa inscrever o intelectual como elemento e ator no presente, mostrando, por meio, da analítica do poder como este atua nofuncionamento do dispositivo geral de verdade em nossa sociedade. Segundo Foucault a inscrição do intelectual no regime de verdade exige uma reelaboração do seu papel, pois, o dispositivo de produção do verdadeiro procura submeter sua subjetividade fixando-o uma identidade única e imutável. Nesse sentido, para Foucault, o intelectual pode fazer uso de uma atitude crítica diante do quadro de governamentalização do Estado. A crítica não libera o intelectual do poder, mas, abre um campo de possibilidades de resistências. Para Foucault as lutas contemporâneas são batalhas pelo governo da subjetividade. A partir desse diagnóstico interpela-se senão seria o intelectual uma das figuras na qual se apoiou o sujeito da ação pedagógica e o educador nas últimas décadas. Destamaneira, fazer uso de uma atitude crítica permite o educador resistir à constituição dos estados de dominação, essa atitude diz respeito a relações de governo consigo mesmo e com os outros ligando a um só tempo o poder, a verdade e o sujeito.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.