Nosso objetivo com este artigo é discutir referenciais teórico-metodológicos que se mostram potentes para desenvolver pesquisas que abordam a subjetividade em pesquisas em Educação Matemática. Para tanto, apresentaremos algumas compreensões gerais de três metodologias de pesquisa – História Oral, Sociopoética e Cartografia – e, junto a elas, lançaremos mão de algumas pesquisas para exemplificar como as subjetividades foram abordadas naquele exercício de investigação e o que foi possível elaborar de compreensões. É possível apontar que as metodologias têm características específicas, mas convergem quanto ao cuidado na manutenção do caráter científica, a atenção aos princípios éticos das abordagens, principalmente com os sujeitos envolvidos, e a possibilidade de propiciar aos investigadores aproximações às subjetividades, mesmo que de formas diferentes. Além disso, a partir das pesquisas citadas, advogamos em defesa da possibilidade e necessidade de desenvolver pesquisas em Educação Matemática nas quais evidenciemos os sujeitos e suas subjetividades, sendo necessário, portanto, buscarmos contextos mais sensíveis nas investigações.

Tematizando a educação matemática como meio para a construção de uma cultura de paz, temos o objetivo de compreender como a educação matemática escolar pode influenciar a constituição de uma cultura de paz, a partir do que é vivenciado nos processos de escolarização. Para isso, lançamos mão de alguns conceitos de Skovsmose (2015; 2008) e Freire (1987; 1996) e, ainda, analisamos dados de uma pesquisa que lança mão da Sociopoética (Gauthier, 2015) como metodologia de investigação. Elaboramos compreensões de como o ensino de matemática pode atuar reproduzindo uma violência difusa, à medida que fragiliza foregrounds e gera situações de autodesvalia, favorecendo a percepção da matemática como inimiga, frustração, alheamento, vergonha e engano.