O objetivo deste artigo é apresentar um recorte da pesquisa desenvolvida com a linguagem de idosos moradores na Instituição de Longa Permanência para Idosos – ILPI, em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Os dados foram coletados a partir de filmagem e gravação dos idosos em meio a situações enunciativo-discursivas, considerando a história dos sujeitos e seus atravessamentos, bem como a condição de produção desses discursos e o conceito de dado-achado (COUDRY, 1988). Neste artigo, apresentamos a análise de dados referentes ao silêncio que ocorre em sessões com uma das moradoras dessa ILPI. Para tanto, recorremos ao pensamento sobre o silêncio a partir de diferentes áreas, como: da Música, da Filosofia, da Psicanálise e da Análise do Discurso, enquanto disciplina de entremeio da Linguística, com conceitos relevantes para este trabalho. Apesar de serem áreas distintas, observamos que compartilham para o fato que o silêncio não é o zero, vazio, o que nos leva a interpretâ-lo como sentido. Assim, consideramos, por meio das análises, que o silêncio permeia cada signo e se infla de sentido, e que, quando está só, por si só, significa, possibilitando o sujeito institucionalizado rememorar momentos de dependência, (re)elaborar seus desejos, suas respostas.