* Este texto foi apresentado como abertura do primeiro seminário do Centro de Estudos de Filosofia Patrística e Medieval de São Paulo (CEPAME) na UFABC, no contexto das comemorações dos 20 anos do CEPAME, graças ao honroso convite da Profa. Cristiane Negreiros Abbud Ayoub. Mantendo seu caráter de exposição oral, abstenho-me de introduzir todas as notas e referências textuais que, de outra forma, seriam necessárias.
RESUMO : Abelardo, na sua ética, desqualifica a noção de "vício" em favor da noção de "p ecado" . Esta passagem não é apenas um pressuposto do autor, mas decorre TU!cessariamente tanto de sua posição enquanto lógico quanto de sua crítica dos filósofo s estóicos que pôde conhecer.UNITERMOS: Abelardo; ética; vício, pecado; indivíduo; universal; intenção; estoicismo.Ao iniciar sua Ethica , Abelardo estabelece como ponto de partida os "costumes" (mores), constituídos por vÍCios e virtudes do espírito (animus) que inclinam a vontade às más e às boas ações. Está fora do âmbito da ética tudo aquilo que, igualmente repartido entre bons e maus, não torna a vida humana digna de louvor ou censura. Sejam vícios e virtudes do corpo, como ser cego ou ser forte; sejam do espírito -e, neste caso, o exemplo é amplamente significativo -, como "o espírito obtuso ou a rapidez da inteligência, ter ou não boa memória, a ignorância ou a ciência" (Cf. 3, p. 2, grifo meu).Indica, desta forma, um duplo afastamento. Toma distância da noção de vício como "hábito", preferindo entendê-lo como "disposição natural", e exclui da apreciação ética a ignorantia veZ sciencia, marcando a possibilidade de oposição aos estóicos.• Este artigo é uma versão modificada, pelo autor, de uma passagem do capítulo IV da dissertação de mestrado: O Indivíduo na É tica de Abelardo. São Paulo, 1989.
Nos escritos políticos de Guilhenne de Ockham surge com insistência a noção de líberdade, usada como argumento contra o absolutismo pontificio. A raiz deste conceito encontra-se, porém, nas obras filosófico-teológicas, onde, ao tratar do conhecimento divino dos futuros contincontigentes, o autor afirma que existe uma oposição entre o que afirma a filosofia e o que afinna a teologia a respeito.
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