Implementadas num processo de dualidade histórica, as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural no Brasil, se concentram em grande parte no atendimento às demandas do latifúndio e em contrapartida, negligenciam ações efetivamente direcionadas aos agricultores familiares. A partir de 2003 este cenário se altera com a instituição de políticas públicas para o campo orientadas sob uma perspectiva territorial, porém a mesma dualidade se mantém. Com o objetivo de compreender o contexto de construção das políticas públicas para o desenvolvimento territorial rural no Brasil, posterior à Constituição Federal de 1988, enfocando os processos de organização e participação social, realizou-se um estudo bibliográfico, cujos artigos foram acessados no Scielo e Google Acadêmico, disponíveis em língua portuguesa, localizados a partir de palavras-chave: territórios; desenvolvimento rural; políticas públicas agrárias. Como resultado, constatou-se que há uma diversidade de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento territorial rural no Brasil, no entanto não atendem plenamente aos/as beneficiários/as, o que compromete sua efetivação. Além disso, mesmo trazendo em sua concepção, formulação e execução a ideia de participação social, as dificuldades de financiamento e a atuação técnica dos agentes do Estado na mobilização e difusão das políticas públicas, somada ao não exercício da cidadania por expressiva parte da população, revelam os limites neste campo. Portanto, é importante redimensionar a função das associações e cooperativas para além da captação de recursos, investindo no processo de formação sociopolítica, de modo a instrumentalizar os sujeitos ao exercício pleno da cidadania, numa perspectiva de superação dos diversos processos de exclusão, são os caminhos para maior alcance das políticas públicas, em favor do desenvolvimento territorial rural. PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento rural. Políticas públicas. Participação social. 1. INTRODUÇÃO Ao longo da história do Brasil, a organização social em torno da agricultura é dividida por um lado, entre o patronato, representado pelo latifúndio, e mais recentemente pelo agronegócio; e por outro, pelos camponeses, representados pelas pequenas propriedades, denominados como agricultores familiares. Esta dualidade, também está presente na concepção e desenvolvimento das políticas públicas agrícolas pelo Estado brasileiro, cujos tratamentos têm sido desiguais, com favorecimento destacado ao patronato agrícola, gerando tensões sociais. Somente após a promulgação da Constituição Federal de 1988, a partir das incansáveis lutas dos camponeses é que o Estado, como estratégia de responder às pressões realizadas pelos
Este trabalho propõe algumas reflexões acerca das experiências em agroecologia de estudantes egressas do IFCE, Campus Crato, que vivenciam no meio rural, e fora dele, momentos significativos de aprendizado. Relata experiências positivas com relação a vivência da família de uma produtora rural e também ex-discente do campus que começou a ser observada pela instituição de ensino e que tem suas experiências aliadas aos estudos e vivências educativas. Este exercício é encarado como uma interação entre teoria e prática que vem crescendo mediante as situações mencionadas no texto. Nessa conjuntura, o trabalho também enfatiza a importância de considerar e valorizar o conhecimento empírico, associando-o ao conhecimento científico, como uma das bases para a construção da educação contextualizada ao meio ambiente.
Na região do Submédio do Vale do São Francisco, a introdução da videira teve lugar no início da década de 30 com cultivos em sistemas de “latadas”, plantados nos quintais ou jardins de alguns estabelecimentos oficiais e em algumas roças particulares nas margens do Rio. (GOES; ALBUQUERQUE,1987). Em 1960, o semiárido com escassez de chuva, clima quente e seco, mostrou que seu terreno é fértil. Após a percepção dos fatores climáticos adversos e da possibilidade de cultivo pela fertilidade da terra, foram iniciados os investimentos dos órgãos de pesquisa com a instalação de duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina - PE, e Juazeiro - BA, onde seriam implantados, respectivamente, o Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru. Nessa mesma época iniciou a produção de uvas no Submédio do Vale do São Francisco com novas orientações de cultivo, com cultivares de uvas finas tradicionais, com sementes, Red Globe, Itália e Benitaka; e sem sementes, Thompson, Crimson e Superior (CAMARGO et al., 2011). Embora os sistemas de produção das cultivares sem sementes tenham passado por grandes avanços, a produtividade alcançada ainda é baixa e com elevado custo de produção (MAIA, RITSCHEL, LAZZAROTTO, 2018), intensificando assim o ciclo produtivo da uva, tornando a região um dos maiores polos frutíferos brasileiros.
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