ResumoEste artigo objetiva oferecer um quadro analítico para uma sociologia da distribuição espacial e social dos estabelecimentos de ensino. A expansão dos ideais republicanos, resultante da "democratização escolar", engendrou um prolongamento dos estudos, da diversificação dos estabelecimentos de ensino, das modalidades de fileiras e opções propostas aos filhos tanto da elite quanto da classe popular. Doravante, não basta os pais colocarem seus filhos na escola. É preciso colocá-los numa "boa escola" que possa lhes assegurar um futuro promissor. Isso exige um conhecimento do sistema de ensino, da situação social do estabelecimento, disposição de tempo, capital econômico e capital cultural. Ou seja, um conjunto de disposições e condições objetivas, que são repartidas de maneiras desiguais entre as famílias. Após recuperar o sentido da segregação para a sociologia geral e da educação, este texto faz referência a um conjunto de trabalhos que articulam segregação social e segregação escolar, esboçando um quadro analítico para uma sociologia da distribuição espacial e social dos estabelecimentos de ensino, problemática inovadora para a sociologia da educação nos últimos vinte anos.Palavras-chave: Segregação social. Segregação escolar. Escolha dos estabelecimentos.Reprodução social.
Este artigo propõe discutir o ensino de sociologia como problema epistemológico e sociológico, atentando para uma comparação entre a França e o Brasil. Analisa o processo de constituição da sociologia como ciência e como disciplina, assim como a produção e a circulação do saber sociológico. Postula-se que a falta de legitimidade da disciplina e do seu reconhecimento social encontra-se no antigo problema da definição dos seus objetivos (função social) e do seu lugar na formação social e educacional do indivíduo e de sua cidadania crítica. Desse modo, o ensino de sociologia se revela como um problema social e político.
RESENHABOURDIEU, Pierre; SAYAD, Abdelmalek. El desarraigo: la violencia del capitalismo en una sociedad rural. Traducción Ángel Abad y Luciano Padilla López. 1. ed. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2017. 272 p.
Porto Alegre v. 14 n. 3 p. 540-555 set.-dez. 2014 Artigos A matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma Licença Creative Commons-Atribuição 4.
ResumoEste artigo propõe uma discussão sobre duas obras clássicas da sociologia contemporânea: A Barreira e o Nível: estudo sociológico sobre a burguesia francesa moderna (1925), de Edmond Goblot (1858-1935 e A Distinção: crítica social do julgamento (1979), de Pierre Bourdieu (1930, que contribuíram na França na elaboração de um quadro analítico para uma sociologia disposicional da burguesia e de uma sociologia da educação e da cultura, nos estudos da classe dirigente e o poder. Goblot coloca, antes de Bourdieu, os fundamentos de uma sociológica da distinção social. Se distanciando da concepção materialista de classes sociais, inaugura uma perspectiva cultural descrevendo etnograficamente os costumes da burguesia francesa. Bourdieu nessa perspectiva, mas de maneira mais sofisticada do ponto de vista do método, da análise sociológica e mobilizando campos próximos das ciências sociais (psicanálise, linguística, analise de correspondência...) rompe com os substancialismos de classe e a naturalização do habitus e os estilos de vida socialmente distintos. A lógica social da distinção não está nos critérios quantitativos (patrimônio), mas nas propriedades qualitativas (capital cultural, simbólico...) partilhadas por aqueles que são membros de um mesmo grupo social. Este artigo objetiva, além de identificar as afinidades destes dois trabalhos, demonstrar suas contribuições para a sociologia da educação e da cultura, notadamente para as pesquisas sobre as escolas da classe dirigente no Brasil.Palavras-chave: Classe social. Distinção. Habitus. Sociologia da burguesia. Sociologia da educação.
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