OBJETIVO: Discutir e analisar a construção de um diário lúdico como dispositivo e recurso terapêutico nos atendimentos psicológicos realizados com uma adolescente internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). MÉTODOS: Como método foi utilizado o relato de experiência de uma psicóloga residente do Programa Multiprofissional de Terapia Intensiva de um hospital público de Santa Catarina. O relato irá permear a construção do dispositivo analisando a necessidade da sua construção, as percepções e a importância do lúdico como facilitador para elaboração dos sentimentos e os sofrimentos que se depositaram com o adoecimento e internação da adolescente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O processo de hospitalização e adoecimento é gerador de sofrimento e impacto significativo na vida da criança e adolescente, sendo fundamental ofertar espaço de escuta psicológica e dar lugar para a subjetividade. Ao ser hospitalizada a criança e adolescente se deparam com situações de desamparo, afastamento dos pais e de seu ambiente familiar, mudanças no corpo em decorrência do adoecimento, dores e procedimentos invasivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a utilização do diário como recurso psicológico atuou como dispositivo potencializador da elaboração e da subjetivação do sofrimento psíquico que se depositaram com a internação da adolescente durante o processo psicoterapêutico.
RESUMO: Este trabalho constitui-se em um relato de experiência referente ao estágio curricular em psicologia, vinculado à uma universidade federal, realizado em uma escola da rede pública estadual de ensino. Este relato busca apresentar e discutir os múltiplos elementos apreendidos na experiência do estágio, os quais tramam a produção do fracasso escolar nesta instituição. Percorre-se a construção deste fenômeno, por meio de práticas inerentes ao cotidiano escolar, passando pelo cenário macro estrutural da educação pública e sua ingerência sobre este, como aspectos específicos que envolvem o referido locus de estágio. O estágio teve duração de dois semestres, com doze horas semanais na escola, onde foram realizadas observações em salas de aula, leitura de documentos produzidos pela escola e sobre a escola, conversa com docentes, participação em conselhos de classe e oficinas com estudantes no contraturno escolar. O principal recurso utilizado pela estagiária foi o diário de campo, onde eram registradas observações, escutas, dados de pesquisa e reflexões teóricas. A partir da formação profissionalizante de estudantes de psicologia para atuação na educação básica, considera-se de extrema importância uma leitura problematizadora acerca da história da educação pública brasileira, o reconhecimento da realidade escolar em sua complexidade, bem como a análise dos complexos elementos que compõem as queixas escolares e as dificuldades no processo de escolarização.
Esta revisão de literatura mapeia e discute a produção acadêmica sobre violência e escola em artigos publicados entre 2003 e 2017 por autores(as) da área da psicologia. Adentraram o estado da arte 101 artigos, os quais foram analisados desde uma perspectiva crítica e interseccional, buscando compreender quais concepções sobre violência e escola orientam os estudos. A maioria decorre de pesquisas de campo, sendo a escola pública e os estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, respectivamente, o contexto e os sujeitos mais investigados. Há uma escassez de pesquisas sobre racismo, sexismo, homofobia e capacitismo, violências presentes nas relações escolares e estruturais em nossa sociedade. Essa lacuna, atrelada a invisibilização dos marcadores sociais que constituem os sujeitos pesquisados, denota uma aderência à concepção de um suposto sujeito universal na psicologia e sinaliza a necessária problematização sobre as posições epistemológicas que permeiam esse campo de estudo. Consideramos fundamental que pesquisadores(as) da área da psicologia trabalhem com métodos de pesquisa alternativos e com a analítica interseccional, visando à escuta das narrativas de docentes, estudantes, famílias e comunidade sobre suas experiências de opressão e violências, e com a participação destes na elaboração de estratégias educativas e políticas de enfrentamento nas escolas.
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