Para o sucesso da adesão do tratamento dos pacientes cardiovasculares, o farmacêu-tico clínico inserido na equipe multiprofissional pode utilizar a cardiologia comportamental como uma ferramenta no processo de adesão terapêutica, a fim de proporcionar uma terapêutica de qualidade. O objetivo desta revisão foi avaliar o papel do farmacêutico clínico na cardiologia comportamental. Este estudo é uma descrição narrativa realizada por meio da busca de estudos nos bancos de dados PUBMED e SCIELO. Observou-se que o farmacêutico clínico possui importante papel nas atividades de anamnese, conciliação medicamentosa, otimização da farmacoterapia, orientação farmacêutica de alta hospitalar e avaliação da adesão farmacoterapêutica.

A hipertensão arterial é definida como doença crônica não transmissível em que ocorre elevação sustentada da pressão arterial, cujo benefício do tratamento, seja medicamen - toso ou não, supera os riscos. Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a evolução pode ocasionar alteração estrutural e funcional de órgãos-alvo importantes como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos e está associada a fatores de risco metabólicos como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito. O tratamento visa a redução da morbidade e mortalidade cardiovascular e pode ser medicamentoso, que abrange sete classes principais de fármacos, ou não medicamentoso, que compreende principalmente mudança do estilo de vida, sendo esta a primeira proposta terapêutica em casos leves. O sucesso para o controle pressórico envolve a adesão ao tratamento não medicamentoso e medicamentoso, sendo este o principal foco de atuação do farmacêutico clínico. A presente pesquisa trata-se de uma revisão narrativa feita através do levantamento bibliográfico de artigos científicos nas bases de dados SCIELO, PUBMED e Google Acadêmico, em língua portuguesa, considerando os indivíduos hipertensos aqueles com PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg. O papel do farmacêutico clínico é estar inserido no cuidado do paciente, participando ativamente da terapia medicamentosa, da promoção e/ou recuperação da saúde, exercendo suas atividades com autonomia para a tomada de decisão baseada nos princípios éticos da profissão, abrangendo tanto pacientes ambulatoriais quanto os internados. Esse profissional atua na avaliação da prescrição médica, na conciliação medicamentosa, na avaliação da adesão farmacoterapêutica, traçando um plano farmacoterapêutico e promovendo a educação em saúde, tanto do paciente quanto do cuidador.

Coronary artery disease (CAD) remains one of the main diseases of the 21st century for its morbidity and mortality. With the increase in life expectancy and reduction of deaths from acute coronary diseases, there is a significant increase in the disease in its chronic form, especially in the elderly. In these patients, angina pectoris represents the main presentation of the condition. This research is a narrative review carried out through bibliographic research in databases on drug treatment for CAD, and aims to describe the role of the clinical phar-macist in medication adherence. The treatment of CAD includes myocardial infarction (MI) prevention, reduction of mortality, and reduction of symptoms, improving the quality of life of patients. Beta-blockers, antiplatelet drugs, statins, and angiotensin-converting enzyme (ACE) inhibitors are the main pharmacological therapies that can reduce mortality and prevent MI, while some drugs, such as nitrates, ivabradine, trimetazidine, allopurinol, and ranolazine help minimize the occurrence of myocardial ischemia and associated symptoms. Health education focused on the importance of CAD treatment, especially in an individualized and accessible way, may favor long-term adherence. The pharmacist’s work, along with the multidisciplinary team, has the potential to help reduce hospitalizations, by rationalizing the therapy and diminishing the incidence of medication-related problems, which ultimately helps patients to have a more active life with fewer restrictions.