Este trabalho objetivou analisar de que forma a educação inclusiva é proposta nos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC) de licenciatura em Ciências Biológicas das universidades federais do estado de Minas Gerais. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa do tipo documental, tendo como material de análise os PPC dos 17 cursos de licenciatura mapeados. Os dados foram analisados baseando-se na análise de dados qualitativos proposta por Robert Yin, o que permitiu que os dados fossem recompostos quanto aos “lugares” destinados à discussão da temática nos currículos. Evidenciou-se que a temática é abordada em componentes curriculares obrigatórios, componentes curriculares optativos e no espaço das atividades extracurriculares. Das 78 disciplinas identificadas, 79,5% (62) são disciplinas de cunho obrigatório, enquanto 20,5% (16) são disciplinas de cunho optativo, o que evidencia um início do reconhecimento da temática da educação inclusiva no cercado território dos currículos de formação de professores de Biologia. Espera-se que as análises construídas neste trabalho subsidiem futuras atualizações nas estruturas curriculares dos cursos de formação de professores, principalmente ao apontar e analisar diferentes caminhos para a inserção da temática da educação inclusiva nos currículos, permitindo, assim, transcender ao espaço/tempo da disciplina de Libras e ao enfoque nos recursos e materiais didáticos, os quais a educação inclusiva tem sido cerceada.
A escola inclusiva tem como finalidade proporcionar ao Público-Alvo da Educação Especial (PAEE) uma escolarização que atenda às especificidades de cada aluno. Diante disso, a legislação brasileira garante um serviço de Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) de caráter complementar e suplementar para este público. Sendo o ensino de Ciências ao PAEE ainda um desafio aos professores, este artigo decorre de pesquisa que teve como objetivo analisar as possibilidades de articulação entre o AEE e os professores de ensino de Ciências nas escolas de uma cidade do sul de Minas Gerais. A pesquisa buscou responder às seguintes questões norteadoras: Como ocorre a articulação entre o AEE e os professores de Ciências da classe regular? Que metodologias de ensino são utilizadas? Como é realizado o processo avaliativo? Qual é o papel da gestão escolar? A fim de responder tais questões, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professores e gestores. Os dados foram analisados qualitativamente. Concluiu-se que a articulação entre o AEE e os professores de Ciências é falha no contexto analisado, pois o enfoque do AEE está voltado para alfabetização e para operações básicas matemáticas, levando os professores de Ciências a elaborarem suas atividades separadamente. Há falta de apoio da gestão escolar, pois não se estabelece um ambiente propício a uma perspectiva colaborativa entre os diversos âmbitos escolares. Práticas inclusivas foram evidenciadas, como a preferência pela utilização de recursos multissensoriais durante as aulas, assim como avaliações individualizadas. A sensação de incompetência em lidar com a diversidade que compreende o PAEE se apresentou como a principal dificuldade dos professores, bem como a demanda excessiva de serviços do AEE. Diante disso, enfatiza-se a importância de reflexões acerca da inclusão escolar e dos aspectos da formação destes profissionais para que se estabeleça um ensino de qualidade a todos os alunos.
As escolas regulares devem assegurar aos alunos surdos uma Educação Especial dentro da perspectiva inclusiva mediante o acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), bem como uma educação bilíngue na presença do Intérprete Educacional (IE). Diante destas preconizações legais, esta pesquisa baseou-se em um estudo de caso, de abordagem qualitativa, cujo intuito foi analisar o processo de inclusão escolar e o ensino de Ciências oferecido à uma aluna surda do oitavo ano do Ensino Fundamental de uma instituição da rede pública situada ao sul de Minas Gerais. A pesquisa buscou responder as seguintes questões norteadoras: quais estratégias são utilizadas pelo professor de Ciências, AEE e IE para ensinar/interpretar Ciências? Quais são as suas dificuldades? Estes setores se articulam? Como o ensino bilíngue tem sido proporcionado? Para atender a tais questões, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os referidos profissionais e com um membro familiar da aluna. Os dados obtidos foram analisados com base na Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que os profissionais recorrem à recursos visuais e materiais concretos como facilitadores para o ensino de Ciências. Contudo, o desconhecimento da Libras dificulta a comunicação entre professor/aluno, direcionando uma sobrecarga de funções ao intérprete. A articulação entre os setores é quase inexistente entre o professor e o intérprete, o que acarreta dificuldades diante da interpretação de conteúdos científicos. Enfatiza-se, portanto, a necessidade de maiores reflexões quanto à ampliação lexical em Libras correspondente a termos científicos, assim como a ampliação de discussões acerca da formação desses profissionais e seus diálogos nos contextos escolares.
O presente artigo decorre de pesquisa que teve por objetivo analisar os trabalhos que investigam a relação entre mal-estar docente e a inclusão dos alunos público-alvo da educação especial (PAEE). Esta foi uma pesquisa de caráter qualitativo, com elementos da pesquisa do tipo estado da arte que buscou teses e dissertações dentro catálogo de teses e dissertações da CAPES que tratassem de mal-estar docente e a inclusão de alunos PAEE. Os trabalhos selecionados foram analisados de forma a mostrar quais foram as metodologias e referenciais teóricos adotados, bem como criadas quatro categorias para análise dos resultados e discussões dos trabalhos: 1) más condições de trabalho; 2) angústias e frustrações; 3) formação de professores; 4) solução/resposta dada sobre o mal-estar. As categorias mostraram elementos de queixas que dizem respeito às condições de trabalho, às suas respectivas formações e, aos motivos dos seus sofrimentos, além da busca de soluções e respostas que explicassem esses sofrimentos. Os resultados mostraram, ainda, que existem lacunas na produção científica acerca do tema de mal-estar docente relacionado à inclusão, bem como mostrou indícios da fragilidade e inconsistência da formação de professores no que tange à inclusão de alunos com deficiência. Considera-se, com as análises, que a educação inclusiva precisa ser ressignificada por professores, se apropriando de laços livres de preconceito e ações narcisistas.
The present article intends to present a clipping of the results obtained in a research of Monography that aimed to analyze and describe how the public schools of a county located in the state of Minas Gerais, Brazil, employ the Multifunctional Resource Rooms (SRM) in order to teach Science and Biology to the students of the Special Education Section (PAEE), since Education is every person’s right, whether they have some disability or not. It is known that the current educational policy of Special Education presentes. Inclusive features: the legislation recommends the Specialized Educational Assistance (ESA) of students with disabilities, global developmental disorders and high abilities / giftedness, to happen preferably in the regular school, in the called Multifunctional Resource Rooms. In this way, one of the AEE assignments is to assure articulation between the teachers of the common class, in order to establish, in partnership with them, strategies that guarantee the learning of the PAEE students. Through an exploratory qualitative approach, a field study was made, using semi-structured interviews as a method of data collecting from teachers who work in the SRM of middle and high schools. The data were analyzed according to qualitative criteria, and then clustered in similar signification cores. It was possible to conclude that, despite the legal efforts at the Federal level to ensure the education of the PAEE students, attitude changes are still necessary for teachers and school management to ensure quality, heterogeneity and inclusive science teaching.
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