A “luta por reconhecimento” está rapidamen-te se tornando a forma paradigmática de conflitopolítico no final do século XX. Demandas por“reconhecimento da diferença” dão combustívelàs lutas de grupos mobilizados sob as bandeirasda nacionalidade, etnicidade, “raça”, gênero esexualidade. Nestes confliitos “pós-socialistas”, aidentidade de grupo suplanta o interesse de clas-se como o meio principal da mobilização políti-ca. A dominação cultural suplanta a exploraçãocomo a injustiça fundamental. E o reconheci-mento cultural toma o lugar da redistribuiçãosocioeconômica como remédio para a injustiçae objetivo da luta política.
ResumoNosso objetivo é explorar o modo pelo qual o "jeito" supostamente brasileiro de organizar as categorias ou identidades sexuais (especialmente em relação à homossexualidade masculina) vem sendo tematizado na antropologia desde finais dos anos 1970, transformando-se às vezes num eixo para a construção/manutenção de uma identidade nacional caracterizada como exótica, retardatária e "não-ocidental". Também traçamos paralelos entre dois momentos da reflexão sobre as relações entre sexualidade, cultura e política, procedendo a uma breve revisão de algumas contribuições teóricas e empíricas anteriores que antecipam problemas e conceituações centrais dos atuais estudos de sexualidade, relacionados à instabilidade/fluidez das identidades sexuais e à imbricação da sexualidade em relações de poder e hierarquias sociais dinâmicas e contextuais.
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