O objetivo desse texto é analisar o filme mexicano de ficção Reed, México insurgente (1972), de Paul Leduc, evidenciando os seguintes aspectos: a sua singularidade como um filme de guerra civil na cinematografia latino-americana, tendo um repórter norte-americano, John Reed, como sua personagem condutora, a sua postura documentarizante, a sua recusa a uma espetacularização de combates e uma representação rara de Pancho Villa sem estereotipagem e a sua primazia na dramatização da subjetividade do seu protagonista, destacando os seus medos, as suas angústias, as suas inseguranças no campo de batalha. Em seu vínculo mais forte com o cinema político que se fazia no começo dos anos 1970 na América Latina, principalmente no seu Cone Sul, essa película mexicana lentamente constrói a passagem de Reed de repórter de combate a observador participante e ao final, a um operador ideológico. Enfim, trata-se de uma obra rara na filmografia latino-americana dos anos 1970 e depois: a representação de uma paixão por um ideal.
O objetivo principal desse ensaio de análise fílmica é destacar uma certa reversão na sub-representação feminina na mídia contemporânea, relativa às coberturas de guerras por parte de mulheres protagonistas, e em funções ativas, tomando como corpus os filmes de ficção norte-americanos Retratos de guerra (1989) e Hemingway & Martha (2013). O nosso enfoque prioriza a análise de mensagens, destacando a discussão das relações de gênero e patriarcado (as protagonistas são casadas), em que se incluem tópicos relativos a machismo, testes de virilidade e preconceitos contra a mulher, além de realçar, através das mídias enfocadas, o papel do jornalismo como fonte de testemunho, de denúncia e de memória. A articulação interdisciplinar que se propõe aqui inspira-se em discussões teóricas e metodológicas nos campos da Teoria do Jornalismo, estética cinematográfica (Jacques Aumont), feminismo (Simone de Beauvoir), História (Peter Burke) e História e cinema (Robert Rosenstone). Por fim, em nosso entendimento, essas narrativas celebram dramaticamente um empoderamento feminino.
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