Discute-se a noção de clivagem de Ferenczi, comparando-a com as teorias freudianas sobre o tema e verificando sua importância para a prática clínica da contemporaneidade. A hipótese que serve de eixo do trabalho é a que supõe a clivagem como resultado de uma descontinuidade radical entre as figuras discursivas da primeira e da terceira pessoa. Em função desta descontinuidade constrói-se uma organização psicológica pautada pelo papel de observador do mundo e pela culpa de ser.
Este artigo busca discutir os impasses e as possibilidades do trabalho psicanalítico no contexto da pandemia do COVID-19. Para atingir esse objetivo, iniciamos pela caracterização do que é catástrofe e por sua articulação com o conceito de trauma. Em seguida discutimos a trajetória da dor ao sofrimento em sua correlação com modos heterogêneos de destino traumático. Posteriormente, abordamos as exigências do ofício do psicanalista na atual pandemia, dando relevo ao duplo trabalho de luto com o qual o analista depara: o da passagem do setting para a modalidade online e o da pandemia. Finalmente, propomos uma maior elasticidade em nosso labor, a fim de fazer frente a um panorama inédito de nossa clínica e de nossa cultura.
ResumoEste artigo aborda os principais aspectos da depressão, na contemporaneidade, visando distingui-la do luto e da melancolia. Para isso, tomamos como eixo teórico a noção, por nós postulada, de crença narcísica (objeto por excelência do tipo de sintoma depressivo aqui abordado). Procuramos demonstrar que a presença hegemônica da crença narcísica na subjetivação pode levar a uma forma de reação à perda que se distingue tanto do luto quanto da melancolia. Este tipo de depressão apresenta-se como uma das principais formas de sofrimento psíquico que aparecem na clínica psicanalítica contemporânea.Palavras-chave: depressão; crença narcísica; luto; melancolia; contemporaneidade.
AbstRActTheoretical-clinical distinction between depression, mourning and melancholy.This article approaches the main aspects of depression on contemporaneity and aims to distinguish it from mourning and melancholy. For this we take as theoretical axis the notion, by us postulated, of narcisic belief, object by excellence of the depressive symptom kind here
Tendo como referencial a Reforma Psiquiátrica Brasileira procurou-se investigar de que forma os vínculos de um usuário com seu território podem influenciar suas reinternações psiquiátricas. Com este objetivo, utilizamos a ferramenta metodológica do usuário-guia e a noção de “caso traçador do cuidado”, para posterior análise de conteúdo do material. Concluímos que um fator protetor, o qual merece mais investigação, está relacionado à diversidade de tipos de vínculo construídos com o usuário. Formulamos a hipótese de que os dispositivos de saúde podem favorecer essa diversidade caso sejam capazes de se organizarem em equipes heterogêneas.
O presente artigo visa apresentar os desdobramentos de um dos eixos temáticos fundamentais do projeto de pesquisa intitulado Patologias narcísicas e doenças auto-imunes: estudo comparativo sob a ótica da psicanálise, comparação clínica e metapsicológica entre pacientes melancólicos e portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que se realiza a partir de um acordo entre o Instituto de Psicologia, o Instituto de Psiquiatria e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ. Trata-se aqui de pensar a relação que as pacientes atendidas pela pesquisa estabelecem com o próprio corpo. O desenvolvimento teórico-clínico da pesquisa apontou-nos a especificidade com que o corpo se apresenta em ambas as configurações subjetivas. Consideramos esta uma questão fundamental, uma vez que, nesses casos, o estatuto do corpo diverge daquele que costumamos delinear pelo viés da neurose.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.