Resumo:As teorias que questionaram o pensamento moderno e a racionalidade ocidental são hoje chamadas a cumprir um ulterior passo em direção à crítica ao antropocentrismo e à assunção da questão da técnica e das arquiteturas informativas digitais como elementos centrais da cultura do pensamento contemporâneo. Este artigo apresenta os pressupostos teóricos que apontam para o surgimento de uma nova ecologia -baseada nos sistemas neuronais e reticulares -dos sistemas informativos, no interior dos quais os elementos orgânicos, ambientais e as tecnologias da informação fundem-se em fluxos a-direcionais que descrevem as formas comunicativas e atópicas do habitar contemporâneo.Palavras-chave: redes digitais, atopia, pós-humanismo, ecossistemas informativos, sustentabilidade. Os ecossistemas informativos e a crise da concepção instrumental da mídiaO que é verdadeiramente inquietante não é que o mundo está se transformando num lugar dominado completamente pela técnica. Muito mais inquietante é que o homem não está preparado para esta radical mutação do mundo. Muito mais inquietante é que não somos ainda capazes de alcançar através de um pensamento uma confrontação adequada com o que está realmente acontecendo na nossa época. (Heidegger, 2005: 43) Seja definida como o fim dos paradigmas do pensamento moderno (Harvey) e da história (Fukuyama), o advento da sua crise (Lyotard e a crise das metanarrativas), ou,
Essa ecologia é pós-humanista e assim sendo, o somente humano não a define e nenhuma perspectiva única a reivindica. Nessa ecologia, as interações entre humano, natureza e tecnologia comunicativa assumem um caráter complexo e produzem sempre agenciamentos hibridizantes, divergindo de quanto preconizado pelas interações somente técnicas atribuídas à Internet das Coisas. PALAVRAS-CHAVE: Ecopoiese, Atopia, Formas Comunicativas do Habitar, Comunicação Digital, Tecnologia Digital, Pós-Humanismo, Rede, Ecossistema, Internet das Coisas, Autopoiese, Tecnopoiese ABSTRACTThe digitalization of the territory and its transformation into information flows (DI FELICE et al, 2012) resulted in a further way of being on earth, of being-in the contemporary world, more particularly in what the sociologist Massimo Di Felice (2009) defines with the concept of "atopic inhabit", developed from the thought of Heidegger. For him, rather than reside, dwelling refers to a relate to, to a communicate with, characterized by networked interactions of the human and non-human, technological, territorial collectives. Thus, more than the digital reproduction of the territory, it is a new environment, a "metaterritory, a "metageographical" and informative one, and therefore dynamic and manipulable, whose dimensions are always reticular and unlimited (DI FELICE et al, 2012). It is in this scenario that is intended to outline the ways to propose the concept of "ecopoiese", here 1 O referido estágio foi realizado no período de fevereiro a julho de 2013, com bolsa de pesquisa Capes. Na França, além seguir os seminários de Maffesoli, tive oportunidade de conhecer a obra "Homo Sapiens Technologicus" de Michel Puech, ainda inédita no Brasil, e alguns projetos franceses, de iniciativa popular, relacionados ao tema dessa pesquisa, e bastante inspiradores -mas muito incipientes -no âmbito das interações entre homem, natureza e tecnologia.2 Essa linha de pesquisa pretende analisar, avaliar e discutir as novas formas de relação entre homem, tecnologia e meio ambiente, procurando discutir os próprios conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade tomando como ponto de partida do debate o surgimento de uma nova cultura ecológica que se expande na contemporaneidade, sugerindo o desenvolvimento de novas dinâmicas sociais em rede. A Ecosofia, enquanto novo campo de conhecimento em formação, reúne e integra as ciências humanas, as naturais e as econômicas na necessidade do surgimento de um novo pensamento cujo principal objetivo é refletir profundamente acerca das dificuldades, no interior do pensamento ocidental, de superar essa filosofia opositiva e desenvolver uma discussão transdisciplinar que situe desenvolvimento e ação numa lógica não mais antropocêntrica, mas numa dimensão ecossistêmica, caracterizada pela criação de um novo tipo de dinamismo ecossociológico no qual a técnica deixa de ser considerada uma forma de agressão à natureza para se tornar o elemento de equilíbrio dessa ecologia integrada..3 Essa linha de pesquisa tem por objetivo investigar as ...
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