Este artigo visa examinar o papel da escola por meio das políticas públicas educacionais desenvolvidas durante o ano de 2020, o primeiro da pandemia da Covid-19, no Centro-Oeste, sob a ótica do ciclo de políticas de Stephen Ball. A análise documental e as entrevistas semiestruturadas com duas professoras constituíram os instrumentos metodológicos. Observamos o discurso de que o Estado tem desempenhado seu papel nesse momento da pandemia, a presença direta de grupos ligados aos setores privados, a preocupação maior com o cumprimento de carga horária em detrimento da qualidade do ensino. Além disso, houve improvisação para a adoção das aulas remotas, falta de recursos e de políticas públicas para que os alunos se mantivessem na escola, o que aprofundou o processo de desigualdade social, em face da evasão e exclusão de alunos de classes mais pobres, da cidade e do campo, como também indígenas.

Este trabalho é resultado de um projeto desenvolvido nos rios Araguaia e Garças, perímetro urbano da cidade goiana de Aragarças e das mato-grossenses Barra do Garças e Pontal do Araguaia. Nosso objetivo foi delinear o ensino de química a partir de um problema real e local, demonstrando no processo a importância do conhecimento químico na leitura e interpretação de fenômenos provenientes da ação antrópica na natureza. A pesquisa é mista em função da associação de dados quantitativos e qualitativos. Nossos dados advêm das revelações do contexto (rios) e das análises, as quais tiveram como referencial o método NBR 10.739 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da técnica de espectrometria de absorção atômica (EAA). As evidenciações durante, e os relatos após a finalização da pesquisa serviram de base para a constatação da instrumentalização discente, mostrando a importância da apropriação do conhecimento químico e do contexto na alfabetização científica.