O tema obstinação terapêutica ainda é insuficientemente estudado no Brasil, sobretudo pela enfermagem. Este estudo objetivou compreender as representações sociais de médicos e enfermeiros sobre o investimento excessivo no paciente terminal em Unidade de Terapia Intensiva Adulto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva, fundamentada na Teoria das Representações Sociais. Os dados foram coletados por meio de entrevista focalizada e observação participante e interpretados pela análise de conteúdo. A seleção de cinco enfermeiros e oito médicos para concederem as entrevistas ocorreu por conveniência, a partir das escalas de serviço. Concluiu-se que estes profissionais constroem suas representações sociais sobre obstinação terapêutica partindo dos pedidos obstinados da família do paciente terminal para instituir medidas fúteis; das dificuldades de tomadas de decisão e da ausência de critérios quanto aos investimentos; e do receio das repercussões ético-legais em relação às decisões tomadas.
RESUMO: Objetivo: este artigo busca discutir a negação à morte e a prática da obstinação terapêutica. Método: foram desenvolvidas duas categorias reflexivas, sendo a primeira a cultura de negação à morte, e a segunda, a tecnologia no afastamento da morte. Resultados: na primeira foram descritos aspectos psicosocioculturais que abarcam os significados da finitude humana e possíveis ações que poderiam esconder o fim da vida do cotidiano das pessoas. A segunda discorre sobre definições da obstinação terapêutica, questões bioéticas sobre o tema e as formas de profissionais e familiares conduzirem esta prática. Considerações finais: o não à morte pode favorecer a obstinação terapêutica e, enquanto permanecer a cultura de negação à morte e a utilização abusiva da tecnologia para estender a vida, o desafio de consolidar ações mais humanitárias nas práticas de saúde será ainda maior. Descritores: Futilidade médica; Tanatologia; Bioética; Profissional de saúde. ABSTRACT: Objective: this article aims at discussing the denial of death and the therapeutic obstination practice. Methods: two reflexive categories were developed. The first one was the culture of denial of death, and the second one was the technology to put death away. Results: in the first category, psycho-socio-cultural aspects were described, approaching the meanings of the human finitude, and possible actions that could occult the end of life from the routine of people. The second one concerns definitions of therapeutic obstination, bioethical questions that approach such matter, and professional and family interventions for the development of such practice. Conclusion: the no to death may favor therapeutic obstination, and, while the culture of denying death and the abusive use
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