Resumo Este estudo visou a analisar características das interações iniciais mãe-bebê em um contexto urbano brasileiro; as relações entre características de interações, atividades maternas e a concepção acerca das competências dos bebês; e as relações entre características destas atividades e o estado de vigília dos bebês. A amostra foi constituída por 30 díades. Os bebês tinham idade média de 29 dias. Registrou-se em vídeo as atividades da díade durante 20 minutos. Foi aplicado um questionário às mães. Os dados foram analisados em termos da percentagem de ocorrências das atividades da díade e de interação. Os episódios de interação identificados foram de curta duração, predominantemente face-a-face, têm contextos específicos de troca e se caracterizam principalmente por atividades sociais. Os bebês foram avaliados como ativos, participantes das trocas sociais. Os resultados contribuem com elementos importantes para discussão da natureza dos primeiros processos interacionais. Palavras-chave: Interação mãe-bebê; interação precoce; desenvolvimento inicial.
ResumoInterações iniciais parecem ser adaptativas, e conhecê-las é fundamental para compreender a ontogênese humana. Este estudo compara dados de observações de díades mãe-bebê, analisando os comportamentos dos parceiros, a complexidade das trocas e seu componente afetivo. Participaram 56 díades (28 com bebês de um mês e 28 com bebês de cinco meses), filmadas em suas casas em situações livres. Foram identificados e analisados episódios de interação. Os resultados indicaram efeito do fator tipo de díade (de bebês de um ou de cinco meses) em quatro variáveis dependentes que indicam complexidade das interações. Diferenças foram observadas nos dois grupos quanto à manifestação de afetividade recíproca dos parceiros. As interações mostram-se predominantemente de tipo face-a face quando os bebês têm um mês e de estimulação por objeto aos cinco meses, indicando assim uma tendência observada em grupos urbanos ocidentais. As manifestações afetivas e a presença de interações que envolvem o sistema de contato corporal levam a que se hipotetize um padrão de autonomia relacional. Os resultados confirmam a literatura quanto à possibilidade de trocas em etapas iniciais do desenvolvimento, e o estudo contribui para o conhecimento de suas características. É destacada a afetividade, e enfatizado seu papel constitutivo nas interações, de fundamental importância no desenvolvimento infantil. Palavras-chave: Interação mãe-bebê; sistemas parentais; complexidade; aspectos afetivos. AbstractEarly interactions seem to be adaptive, it is fundamental to know them in order to understand human ontogenesis. This study compares data of observations of mother-baby dyads, analyzing the behavior of the partners, the complexity of the interchanges and their affective components. The participants were 56 dyads (28 with one-month old babies and 28 with five-month old babies), filmed in their homes in free situations. Interaction episodes were identified and analyzed. The results showed the effect of the factor type of dyad (one or five months-old babies) in four dependent variables that indicate complexity of the interactions. Differences in the manifestation of reciprocal affectivity of the partners were observed in the two groups. The interactions were predominantly face-to-face when the babies are one-month old, and the system of object stimulation is predominant when the babies are five-months old. This indicates a tendency observed in Western urban groups. The affective manifestations and the presence of interactions which are characterized by the system of body contact favor the formulation of a hypothesis of the presence of an autonomous relational pattern. The results confirm the literature about the possibility of interchanges in initial stages of the development, and the study contributes for the knowledge of its characteristics. The affective aspect is stressed, and its constitutive role in interactions is emphasized, assuming its importance in child development. Keywords: Mother-infant interaction; parental systems; complexity; affective...
RESUMOEste trabalho investigou aspectos do envolvimento paterno tendo como base teórica a abordagem sociocultural. Participaram da pesquisa sete famílias quando seus filhos primogênitos estavam com 5, 20 e 36 meses. As mães responderam o instrumento Estilo Paterno e foi realizada uma entrevista com os pais para investigar o nível de satisfação paterno e materno com o envolvimento do pai com os filhos e identificando em que aspectos essa participação é mais ou menos frequente. Os resultados encontrados afastam esse grupo de pais das características da paternidade tradicional. Percebe-se uma tendência de envolvimento do pai no cotidiano dos filhos, tanto nos aspectos de lazer como nos de cuidado, e um aumento dessa participação juntamente com o aumento da idade dos filhos. Palavras-chave: paternidade; participação paterna; estilo paterno. ABSTRACT Paternal Care During The First Three Years Of Age Of Their Children: A Longitudinal StudyThis study investigated aspects of father involvement based on a socio-cultural approach. Seven families and their firstborn children at ages of five, twenty and thirty-six months took part in the study. The mothers answered the instrument Paternal Style and the fathers were interviewed. The aim of this work was to investigate the paternal and maternal satisfaction level of fathers' involvement with their children and to identify in which aspects the paternal participation is more or less frequent. The results indicate that these parents deviate from the characteristics of traditional fatherhood. A tendency of father involvement in the daily activities of their children was observed, both in moments of leisure and in moments of taking care of their kids, and an increase in this participation as the children got older. Keywords: parenthood; paternal participation; parental style. * Endereço para correspondência: Karla da Costa Seabra: seabrakc@uol.com.br Este estudo parte do pressuposto que a família é o primeiro ambiente socializador da criança, e que o seu desenvolvimento, em amplo aspecto, depende de um "outro social" e das práticas de seus cuidadores. Acredita-se que os bebês apresentam características universais, que o investimento parental é uma característica da espécie, que as interações são constitutivas do desenvolvimento e que todos esses aspectos estão envolvidos em um contexto sociocultural (Keller, 2002;Lightfoot & Valsiner, 1992;Seidl de Moura, 2009).Desta forma, o desenvolvimento inicialmente depende de um parceiro que irá inserir a criança num conjunto de práticas culturais. Uma forte relação afetiva se estabelece entre a criança e o adulto, que é neste momento o seu mediador com o mundo. É através da família que, na cultura ocidental, se aprende a perceber o mundo e até situar-se nele. O desenvolvimento humano ocorre a partir das interações cotidianas e tanto o investimento parental como as práticas educativas, vão se regulando com o desenvolvimento da criança. Sendo assim, os pais são co-construtores do desenvolvimento de seus filhos, ao mesmo tempo em que, pela int...
RESUMO.Este trabalho visa investigar o contexto de alimentação em díades adulto-bebê, a partir de uma abordagem sociocultural. Seu principal objetivo consistiu na comparação das atividades de um bebê e seu cuidador na creche nos primeiros dois anos de vida, durante a alimentação. Foram realizadas entrevistas com os cuidadores e registros em vídeo durante a alimentação do bebê. Os dados foram analisados em termos da percentagem de ocorrências das atividades e interações, e dos scripts. Os resultados indicaram que durante os momentos em que a criança é alimentada, trocas interativas ocorrem e são essenciais para seu desenvolvimento como membro da cultura da qual faz parte.Palavras-chave: interação adulto-bebê, alimentação de bebês, creche. FEEDING TIME IN THE NURSERY SCHOOL ENVIRONMENT AS AN INTERACTIONAL CONTEXT THE FIRST TWO YEARS OF A CHILDABSTRACT. The aim of this study was to investigate feeding in a dyad baby-adult from a sociocultural point of view. The main objective was to compare the activities of a baby and the caregiver in a nursery school, during feeding times. Interviews with the caregivers were carried out and some videotapes were recorded while the babies were fed. The data were analyzed in relation to the quantity of interaction and activities that were developed and also the scripts. The results showed that while children are fed interactions occur, and they are essential for the child development as a member of the culture of which he/she is part.Key words: Baby-adult interaction, baby feeding, nursery school. Este trabalho se insere em uma linha de pesquisa sobre o papel da interação social no desenvolvimento cognitivo, buscando compreender este desenvolvimento como um processo que ocorre no contexto social.Em geral, na cultura ocidental, o ambiente doméstico é considerado o mais aceito para o desenvolvimento infantil, onde a criança é atendida pela mãe ou por algum familiar. No entanto, após o Capitalismo, houve uma necessidade de aumento da mão-de-obra no mercado de trabalho, levando a mulher a assumir atividades fora de casa, necessitando de ajuda nos cuidados e educação dos seus filhos. Na tentativa de atender a essa necessidade surge a instituição creche. A história da creche está diretamente relacionada às modificações do papel da mulher na sociedade, como será apresentado abaixo.As primeiras creches no Brasil datam do século XIX, e foram criadas com a finalidade de amparar as classes populares e liberar dos cuidados com os filhos a mão-de-obra feminina. Abrigavam principalmente os filhos das empregadas domésticas e eram percebidas na sociedade como lugar de abandono. Ainda hoje, apesar das transformações, tanto nas concepções sobre a creche quanto nas práticas, mães contemporâneas sentem às vezes, ao deixar o filho na creche para continuar trabalhando, que o estão abandonando (Oliveira, 2002).A partir da década de 1950, com o avanço da industrialização, houve um aumento do número de
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