O estudo do desenvolvimento humano é uma das áreas mais importantes da Psicologia contemporânea. Nesta área as interfaces dos domínios intrapsíquico, interacional e intergeracional constituem um novo campo de pesquisa (Fivaz-Depeursinge e cols., 1994). Parece haver um certo consenso sobre a importância da interação social no desenvolvimento, mas há muito ainda que pesquisar. Diferentes Perspectivas na Análise da Interação Pais-Bebê/Criança ResumoEstudar a correspondência entre diferentes níveis de análise da interação pais-bebê/criança pode nos ajudar a chegar a uma linguagem mais comum e a compartilhar conceitos que permitam trocas mais frutíferas entre pesquisadores com diferentes orientações teóricas e metodológicas. Os autores do presente artigo representam alguns dos principais grupos de pesquisa brasileiros voltados à investigação da interação pais-bebê/criança. São apresentadas as diferentes perspectivas dos autores e discutidas as suas aproximações e diferenças, visando a demonstrar a complexidade e a diversidade de abordagens com relação às interações pais-bebê/criança e seu papel no desenvolvimento. Embora a definição de interação não seja consensual, verificase uma tendência entre os autores a considerar explicitamente a questão da ação recíproca, da co-construção e da bidirecionalidade. Não obstante o foco no comportamento manifesto e na ação recíproca existe também consciência de que as transações implícitas e as representações individuais e sociais influenciam a interação, e que há que se desenvolver procedimentos metodológicos rigorosos para estudá-las. Espera-se que a continuidade das discussões leve ao aprimoramento e à articulação das diversas propostas aqui apresentadas. Palavras-chave: Interação mãe-bebê; co-construção; bidirecionalidade. Different Perspectives on the Parent-Infant/Child Interaction Analysis AbstractThe study of corresponding levels of analysis in the parent-infant/child interaction may lead us to a common language and shared concepts, that in turn will hopefully aid in the prolific exchanges among researchers from various theoretical and methodological backgrounds. The authors of this article represent some of the most prominent research teams of Brazil engaged in the study of parent-infant/child interaction. Their various perspectives are presented, as are their points of agreement and disagreement, with the purpose of demonstrating both the complexity and the diversity of approaches to the parent-infant/child interactions and their role in development. Although there is no consensual definition of interaction, there is a tendency of the authors to consider the question of reciprocal actions, co-construction, and bidirectionality. Granting that there is a trend to focus on manifested behavior and interaction, there is also a clear awareness that implicit transactions and social representations must be studied through rigorous methodological procedures, insofar as they influence interactions. It is hoped that, as these discussions progress, the ideas proposed herein will be...
Background : Children and adolescents are often exposed to traumatic events, which may lead to the development of posttraumatic stress disorder (PTSD). It is therefore important for clinicians to screen for potential symptoms that can be signs of PTSD onset. PTSD in youth is a worldwide problem, thus congruent screening tools in various languages are needed. Objective : The aim of this study was to test the general psychometric properties of the Traumatic Stress Disorder Reaction Index for children and adolescents (UCLA PTSD) Reaction Index for DSM-5 (PTSD-RI-5) in adolescents, a self-report instrument intended to screen for trauma exposure and assess PTSD symptoms. Method : Data was collected from 4201 adolescents in communities within eleven countries worldwide (i.e. Brazil, Bulgaria, Croatia, Indonesia, Montenegro, Nigeria, Palestine-Gaza, Philippines, Portugal, Romania, and Serbia). Internal consistency, discriminant validity, and a confirmatory factor analysis of a four-factor model representing the main DSM-5 symptoms of the PTSD-RI-5 were evaluated. Results : The PTSD-RI-5 total score for the entire sample shows very good reliability (α = .92) as well as across all countries included (α ranged from .90 to .94). The correlations between anxiety/depressive symptoms and the PTSD-RI-5 scores were below .70 indicating on good discriminant validity. The four-factor structure of the scale was confirmed for the total sample and data from six countries. The standardized regression weights for all items varied markedly across the countries. The lack of a common acceptable model across all countries prevented us from direct testing of cross-cultural measurement invariance. Conclusions : The four-factor structure of the PTSD-RI-5 likely represents the core PTSD symptoms as proposed by the DSM-5 criteria, but there could be items interpreted in a conceptually different manner by adolescents from different cultural/regional backgrounds and future cross-cultural evaluations need to consider this finding.
ResumoA responsividade materna tem sido considerada como um elemento central para a compreensão do desenvolvimento infantil e este conceito tem sido articulado com a teoria do apego. Este artigo tem como objetivo discutir criticamente o papel de estudos transculturais sobre responsividade materna, à luz da teoria do apego, a partir da revisão da literatura recente sobre o tema. Considerando a teoria do apego um referencial valioso para investigações sobre interações mãe-bebê e responsividade materna, as conclusões apontam, basicamente, para três questões: 1) a teoria do apego precisa ser investigada em diferentes contextos socioculturais e receber validação transcultural; 2) pesquisas sobre responsividade materna devem considerar a discussão sobre a teoria do apego e diferenças culturais; 3) a inclusão do estudo da responsividade materna em referenciais teóricos que levem em conta variáveis socioculturais é necessária. Palavras-chave: Responsividade materna; sensitividade materna; sensitividade; apego; interação mãe-bebê. Maternal Responsiveness and Attachment Theory: A Critical Discussion of the Role of Cross-cultural Studies AbstractMaternal responsiveness has been considered as an important concept for the understanding of different aspects of infant development, and this concept has been articulated with attachment theory. The objective of this article is to discuss critically the role of transcultural studies about maternal responsiveness, based on attachment theory, and to review of the recent literature about this subject. Considering attachment a valuable theoretical basis for investigations on mother-infant interactions and maternal responsiveness, the conclusions basically point to three issues: 1) the attachment theory needs to be investigated in different sociocultural contexts, to be tested in its limits and to receive a transcultural validation; 2) research on maternal responsiveness should take into account the discussion on attachment theory and cultural differences; 3) the inclusion of the study of maternal responsiveness in a theoretical framework that takes into account socio-cultural variables is necessary.
Resumo Este estudo visou a analisar características das interações iniciais mãe-bebê em um contexto urbano brasileiro; as relações entre características de interações, atividades maternas e a concepção acerca das competências dos bebês; e as relações entre características destas atividades e o estado de vigília dos bebês. A amostra foi constituída por 30 díades. Os bebês tinham idade média de 29 dias. Registrou-se em vídeo as atividades da díade durante 20 minutos. Foi aplicado um questionário às mães. Os dados foram analisados em termos da percentagem de ocorrências das atividades da díade e de interação. Os episódios de interação identificados foram de curta duração, predominantemente face-a-face, têm contextos específicos de troca e se caracterizam principalmente por atividades sociais. Os bebês foram avaliados como ativos, participantes das trocas sociais. Os resultados contribuem com elementos importantes para discussão da natureza dos primeiros processos interacionais. Palavras-chave: Interação mãe-bebê; interação precoce; desenvolvimento inicial.
ResumoInterações iniciais parecem ser adaptativas, e conhecê-las é fundamental para compreender a ontogênese humana. Este estudo compara dados de observações de díades mãe-bebê, analisando os comportamentos dos parceiros, a complexidade das trocas e seu componente afetivo. Participaram 56 díades (28 com bebês de um mês e 28 com bebês de cinco meses), filmadas em suas casas em situações livres. Foram identificados e analisados episódios de interação. Os resultados indicaram efeito do fator tipo de díade (de bebês de um ou de cinco meses) em quatro variáveis dependentes que indicam complexidade das interações. Diferenças foram observadas nos dois grupos quanto à manifestação de afetividade recíproca dos parceiros. As interações mostram-se predominantemente de tipo face-a face quando os bebês têm um mês e de estimulação por objeto aos cinco meses, indicando assim uma tendência observada em grupos urbanos ocidentais. As manifestações afetivas e a presença de interações que envolvem o sistema de contato corporal levam a que se hipotetize um padrão de autonomia relacional. Os resultados confirmam a literatura quanto à possibilidade de trocas em etapas iniciais do desenvolvimento, e o estudo contribui para o conhecimento de suas características. É destacada a afetividade, e enfatizado seu papel constitutivo nas interações, de fundamental importância no desenvolvimento infantil. Palavras-chave: Interação mãe-bebê; sistemas parentais; complexidade; aspectos afetivos. AbstractEarly interactions seem to be adaptive, it is fundamental to know them in order to understand human ontogenesis. This study compares data of observations of mother-baby dyads, analyzing the behavior of the partners, the complexity of the interchanges and their affective components. The participants were 56 dyads (28 with one-month old babies and 28 with five-month old babies), filmed in their homes in free situations. Interaction episodes were identified and analyzed. The results showed the effect of the factor type of dyad (one or five months-old babies) in four dependent variables that indicate complexity of the interactions. Differences in the manifestation of reciprocal affectivity of the partners were observed in the two groups. The interactions were predominantly face-to-face when the babies are one-month old, and the system of object stimulation is predominant when the babies are five-months old. This indicates a tendency observed in Western urban groups. The affective manifestations and the presence of interactions which are characterized by the system of body contact favor the formulation of a hypothesis of the presence of an autonomous relational pattern. The results confirm the literature about the possibility of interchanges in initial stages of the development, and the study contributes for the knowledge of its characteristics. The affective aspect is stressed, and its constitutive role in interactions is emphasized, assuming its importance in child development. Keywords: Mother-infant interaction; parental systems; complexity; affective...
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