Dioctophymosis is caused by Dioctophyme renale, a nematode that usually affects the right kidney of carnivores. The aim of this study was to report on a case of a dog with progressive weight loss and swollen abdomen that was diagnosed as presenting dioctophymosis. The patient underwent surgical treatment through which 34 nematodes were found, of which 18 were female and 16 were male, with a maximum length of 74 centimeters. The parasites were free in the abdominal cavity and inside the right kidney, and had caused peritonitis, free fluid, severe adherences between the abdominal organs and renal perforation. Parasitic diseases with a high number of specimens of this species are uncommon in dogs. The disease progresses with an inflammatory reaction and consequent formation of adherences and granulomatous tissue. This surrounds the eggs that were eliminated in the abdominal cavity by the free parasites. This disease occurs frequently in the city of Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, where the patient of this report was living. To the best of authors’ knowledge, this is the case with the largest number of specimens of D. renale removed from a single dog in vivo.

O objetivo deste trabalho foi relatar a ocorrência de parasitismo por Dioctophyme renale, em rim esquerdo de um felino que também apresentou fibrossarcoma perirrenal esquerdo. Foi atendida no Hospital de clínicas veterinárias da UFPEL uma gata de 10 anos com queixa de dor abdominal e prostração.  Exames de imagem sugeriram neoplasma em região perirrenal esquerda. O animal foi submetido a laparotomia, onde observou-se massa tumoral aderida ao rim esquerdo, motivo que levou a realização d nefrectomia A massa tumoral e o rim esquerdo foram encaminhados para estudo histopatológico. No exame macroscópico o rim acometido apresentava atrofia do parênquima, cápsula espessada e aspecto cístico com presença de líquido amarelado contendo estruturas degeneradas identificadas como Dioctophyme renale. A massa tumoral era esbranquiçada, firme e bem vascularizada. Histologicamente a massa era constituída por células neoplásicas pleomórficas, sarcomatosas que podiam estar arranjadas em feixes ou ninhos. A coloração de Tricrômicro de Masson evidenciou fibras colágenas e estroma de tecido conjuntivo fibroso permitindo o diagnóstico de fibrossarcoma. Neste relato, três fatos incomuns foram discutidos: a) ocorrência de Dioctophyme renale em felinos b) envolvimento do rim esquerdo c) fibrossarcoma perirrenal com possibilidade de relação ao parasitismo por Dioctophyme renale.

O linfoma representa cerca de 80% dos tumores hematopoiéticos nos felinos, sendo diagnosticado através de análises citopatológicas, histopatológicas e imunohistoquímicas. A classificação segue a localização anatômica (gastrointestinal, mediastínico, nodal e extranodal) e o grau (baixo, intermediário e alto). Assim, objetivou-se relatar um caso raro de linfoma em felino doméstico, macho, 8 anos, não vacinado, não castrado, semi-domiciliado e oriundo de comunidade socialmente vulnerável. Ao exame clínico, o felino apresentou condição corporal magro, apatia, desidratação, mucosas hipocoradas, linfonodos submandibulares e retrofaríngeos reativos, secreção ocular bilateral, exoftalmia, lesão e edema na face, prolapso de terceira pálpebra, nódulos cutâneos difusos e evidência de dor. A partir de exames laboratoriais, foi confirmado que o felino era positivo para FIV, FeLV e calicivirus, foram identificados fungos e bactérias na amostra ocular, no hemograma observou-se anemia, trombocitopenia, leucopenia e linfopenia. O paciente veio a óbito após a abordagem inicial, sem que tenha sido estabelecido protocolo terapêutico para o tratamento da neoplasia. O diagnóstico após exame histopatológico do tumor foi  linfoma folicular de terceira pálpebra, com a presença de células linfocíticas neoplásicas com pleomorfismo moderado e escasso citoplasma distribuídas em frouxo tecido conjuntivo. O linfoma folicular em terceira pálpebra de felinos é raro, entretanto, é provável que animais semi-domiciliados, sem imunização vacinal sejam mais propensos a desenvolver este tipo de neoplasia por ação oncogênica viral associada a co-infecção por FIV e FeLV.

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