O presente artigo objetiva apresentar o contexto do extremo sul da Bahia e compreender como são gerados os conflitos socioambientais relacionados aos embates entre antagônicos projetos de desenvolvimento do campo, no processo de territorialização camponesa e seu enfrentamento contra as indústrias de papel e celulose. Com base na revisão de literatura e nas entrevistas realizadas com sujeitos deste território, pudemos caracterizar confrontos entre antagônicos modos de fazer agricultura e o tipo de educação sustentado por eles, bem como seus impactos na formação de sociedades sustentáveis.
Neste artigo, parte de uma pesquisa de doutorado, objetivamos compreender as categorias educação ambiental e educaç ão do campo contextualizadas na referência epistemológica e filosófica do materialismo histórico, identificando algumas de suas aproximações. Partimos da seleção, revisão bibliográfica e síntese de obras que sistematizam macrotendências e matrizes destas duas categorias, utilizando a leitura crítica como principal procedimento. Como resultado, verificamos que as categorias se articulam sob a discussão relacional sociedade-ambiente e apresentam dilemas comuns no desafio contra-hegemônico de constituir sociedades sustentáveis.
A expressão estético-política é uma arma da qual os povos do campo podem se valer na defesa de seus territórios. A “IV Mostra Terra em Cena & na Tela” foi um espaço de testemunho dessa possibilidade. Pensada como um processo de confluência da produção artística de grupos ligados à Rede Terra em Cena, essa Mostra objetivou promover o intercâmbio e a formação dos mesmos, realçando o papel da cultura, particularmente do teatro político e do vídeo popular, na construção de suas lutas contra hegemônicas por uma reforma agrária construída popularmente. A realização da IV Mostra na fronteira agrícola do agronegócio no Piauí, na região nordeste, sinalizou o compromisso dos coletivos artísticos em analisar e representar o campo desde a perspectiva da reprodução ampliada da vida, assim como pautou a experiência cultural como via de desopressão camponesa, por meio da dialética formas-conteúdo-modo de produção. O presente trabalho descreve e analisa esses processos que caracterizaram a “IV Mostra Terra em Cena & na Tela” enquanto a tessitura de uma rede poético-política camponesa, contextualizando a arte como fator de desenvolvimento humano e social, recuperando o legado histórico do teatro político brasileiro até chegar ao trabalho de informação, formação e organização dos coletivos de cultura que compõem o programa de pesquisa e extensão Terra em Cena e Cenas Camponesas. Esses coletivos de cultura também fomentaram as atividades realizadas na IV Mostra, contribuindo, assim, com o fortalecimento da territorialização camponesa, seja na universidade, na luta social ou nas dimensões intersubjetivas.
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