O presente artigo objetiva apresentar o contexto do extremo sul da Bahia e compreender como são gerados os conflitos socioambientais relacionados aos embates entre antagônicos projetos de desenvolvimento do campo, no processo de territorialização camponesa e seu enfrentamento contra as indústrias de papel e celulose. Com base na revisão de literatura e nas entrevistas realizadas com sujeitos deste território, pudemos caracterizar confrontos entre antagônicos modos de fazer agricultura e o tipo de educação sustentado por eles, bem como seus impactos na formação de sociedades sustentáveis.

Neste artigo, parte de uma pesquisa de doutorado, objetivamos compreender as categorias educação ambiental e educação do campo contextualizadas na referência epistemológica e filosófica do materialismo histórico, identificando algumas de suas aproximações. Partimos da seleção, revisão bibliográfica e síntese de obras que sistematizam macrotendências e matrizes destas duas categorias, utilizando a leitura crítica como principal procedimento. Como resultado, verificamos que as categorias se articulam sob a discussão relacional sociedade-ambiente e apresentam dilemas comuns no desafio contra-hegemônico de constituir sociedades sustentáveis.

A questão ambiental articulada à segurança alimentar surge como uma necessidade para refletir sobre a problemática socioambiental suscitada pelo modelo hegemônico da produção agrícola. A presente pesquisa-ação, realizada no restaurante Mamãe Natureza, em São Carlos (SP), teve como objetivo ampliar a compreensão teórico e prática da Educação Ambiental dos/as clientes. Para o levantamento histórico, realizou-se entrevista semiestruturada com as sócias do restaurante e análise de documentos e fotos. A abordagemmunicativo-crítica orientou a produção de conhecimento mútuo e diversificado, em uma intervenção denominada “Cardápio de Ideias”, que resultou na sistematização de sugestões de atividades de Educação Ambiental e alimentação natural para o espaço.

Questões energéticas e ambientais tornaram-se pautas bastante discutidas em reuniões ao redor do mundo devido às alterações climáticas que vêm crescendo com o passar dos anos. Após a revolução industrial, profissionais da construção civil se viram diante do surgimento de novos materiais e novas formas de se projetar. Nesse contexto surgiram muitas estruturas similares em todo lugar, como as edificações com fachadas espelhadas que se multiplicaram, contribuindo com a perda de identidade de alguns locais, uma vez que este tipo de projetar ignora as características climáticas e culturais de onde são realizadas as construções. Consequentemente, medidas precisaram ser adotadas para que os indivíduos desses locais conseguissem se sentir bem, com a adoção de sistemas de ar condicionado utilizados a fim de manter os usuários dessas megaestruturas satisfeitos termicamente. Porém, com as questões ambientais e mudanças climáticas é papel dos profissionais da Engenharia Civil e Arquitetura intervirem quanto à adequação das edificações ao conforto e, por conseguinte, à produtividade dos usuários, visando à eficiência energética desses locais em segundo plano. Assim, a análise do ambiente construído quanto ao desempenho térmico do mesmo tem como objetivo avaliar o ambiente interno, descobrir se encontra-se na zona de conforto, e em caso negativo, propor mudanças capazes de atenuar o estresse térmico que ali se encontra. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o desempenho térmico da cozinha do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) - Campus Mucuri utilizando uma aplicação desenvolvida a partir do método Centre Scientifique et Technique du Batiment (CSTB). O resultado final da avaliação sugere a adoção de alternativas capazes de tornar o ambiente um local termicamente confortável para a realização das atividades ali executadas.

<p>Este artigo objetiva compreender e relacionar as categorias Educação do Campo e Agroecologia, contextualizadas na referência epistemológica e filosófica do materialismo histórico, identificando algumas de suas aproximações. Partimos da seleção, revisão bibliográfica e síntese de obras que sistematizam matrizes formativas destas duas categorias, utilizando a leitura crítica como principal procedimento. Como resultado, verificamos que ambas se articulam a partir de três eixos principais, que as originam e sustentam, a saber: prática, movimento social e ciência. De um lado, tais categorias compartilham dilemas frente ao desafio de construção de sociedades justas e sustentáveis; de outro, anunciam e sistematizam projetos contra-hegemônicos de educação e produção agrícola em bases recíprocas do binômio sociedade-natureza, no sentido de contribuir para um modelo popular de reforma agrária, de territorialização do campesinato e de organização da sociedade.</p>