Objetivo: analisar as implicações, desafios e perspectivas da judicialização da saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS), bem como as principais naturezas das solicitações. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada na Biblioteca Virtual de Saúde e foram incluídos artigos completos em inglês ou português, disponíveis online, de 2014 a 2019. Após análise do resumo e texto completo, os estudos foram fichados e caracterizados. Resultados: foram incluídos vinte artigos na amostra final da pesquisa. As implicações da judicialização para o SUS inferem, sobretudo, em altos valores de custo, realocação de recursos públicos e desrespeito aos seus princípios. Discussão: o aceite indiscriminado das demandas judiciais, a falta de diálogo entre Judiciário e Executivo, prescrições médicas que não priorizam terapêuticas disponibilizadas pelo sistema público e a solicitação de fármacos e tratamentos sem total evidência cientifica constituem importantes desafios do fenômeno. Conclusão: a judicialização da saúde produz efeitos antagônicos na organização e funcionamento dos serviços de saúde e por isso, seu uso deve ser acompanhado de racionalidade e critérios de elegibilidade.
O presente estudo tem como objetivo analisar as percepções e significados de HIV/aids de trabalhadores da saúde da família. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida com os 14 profissionais da equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da Família num município paulista. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada e interpretados por análise de conteúdo. Construíram-se 3 categorias de análise. 1. Relação com o cuidado em que o HIV/aids refere-se à condição de anormalidade; 2. Impacto individual, familiar e social marcada pelo preconceito e julgamento pela forma de contágio e 3. HIV/aids e sexualidade em prevalece como causa de contaminação os atos sexuais ilícitos e a quantidade de parceiros, bem como culpabilização da pessoa a adquirir a condição. Apesar das mudanças no perfil epidemiológico da doença ao longo do tempo e introdução da terapia antirretroviral, os profissionais reproduzem e carregam percepções estigmatizantes resultando em discursos falsamente modificados que trazem a tona simbolismos primários da infecção relacionadas ao incorreto, medo e preconceito. A percepção e significados atribuídos podem refletir na sua prática de cuidado impactando na eficácia da atenção integral à saúde.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.