A microcefalia é uma condição onde o perímetro cefálico do bebê encontra-se consideravelmente menor quando comparada com o de outras crianças do mesmo sexo e idade. Em 2015 registrou-se um aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, sendo esta associada ao Zika vírus (ZIKV). Os pacientes com microcefalia normalmente manifestam alterações neurológicas, craniofaciais e bucais. O objetivo deste estudo é descrever as características clínicas da microcefalia associada ao ZIKV e apresentar a abordagem odontológica preventiva e educativa em um paciente com esta patologia. Paciente do gênero masculino, 1 ano e 11 meses de idade, compareceu à Policlínica Odontológica da Universidade do Estado do Amazonas para atendimento. Na anamnese, o responsável relatou que o paciente apresentava microcefalia com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, diagnosticado desde o nascimento. No exame físico foi observada falta de sustentação e encurtamento do pescoço, testa estreita e nariz amplo. Ao exame intrabucal apresentava boa condição de higiene e sem cáries. Foi realizado tratamento preventivo com profilaxia e aplicação tópica de flúor e o responsável recebeu orientações educativas sobre higiene oral. O crescimento do número de pacientes com microcefalia, associado ao fato de que pacientes especiais têm um risco aumentado para desenvolver doenças bucais, mostram a importância da prevenção e educação em saúde odontológica pois estas possibilitarão o condicionamento do paciente, manutenção da saúde bucal, estreitamento do vínculo família-paciente-profissional além de novas perspectivas para a atuação profissional de outros colegas.Descritores: Microcefalia; Pessoas com Deficiência; Promoção da Saúde; Saúde Bucal; Educação em Saúde.ReferênciasWorld Health Organization. Screening, assessment and management of neonates and infants with complications associated with Zika virus exposure in utero: rapid advice guideline. 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RESUMO OBJETIVOS: Analisar a condição bucal de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica em Manaus-Am, gerando dados acerca da importância do cirurgião-dentista atuando na equipe multidisciplinar em âmbito hospitalar. MÉTODOS: Estudo observacional transversal descritivo baseado na condição odontológica de pacientes pediátricos internados em UTI durante um ano. Dados incluíram procedência, idade, gênero, causa da internação, condição bucal, tempo de entubação e internação, biofilme, alterações pulmonares e alterações morfológicas permanentes. A condição bucal baseou-se em: boa, regular e ruim 1 e no biofilme. 2 RESULTADOS: Analisou-se 30 pacientes: 12 (40%) procedentes da capital e 18 (60%) do interior, entre 1 a 12 anos de idade, sendo 16 (53,3%) do sexo feminino e 14 (46,6%) do sexo masculino. Internados por: 12 (40%) sepse, 8 (26,75) pneumonia, 7 (23,3%) razões oncológicas e 3 (10%) insuficiência cardíaca. Quanto a condição bucal: 18 (60%) regular, 8 (26,6%) boa e 4 (13,3%) ruim. Na condição regular 15 (50%) estavam entubados e internados há menos dias que os não entubados. Na condição boa: sem entubados e 4 (13,3%) internados há menos de 4 dias. Na condição ruim, 2 (6,6%) estavam entubados há 02 semanas. Quanto ao biofilme verificou-se presença em 18 (60%) pacientes. Quanto as alterações pulmonares 19 (63,3%) apresentavam pneumonia. Ressalta-se que 2 (6,6%) residem no hospital e apresentam alterações morfológicas permanentes. CONCLUSÃO: A condição bucal regular predominou, assim como a presença de biofilme, potencializando o risco de infecção. Alterações estruturais permanentes como palato ogival e ausência de selamento labial podem ter sido causadas pela entubação.
Algumas doenças sistêmicas podem ser agravadas devido a sua correlação com a saúde bucal, demonstrando a importância da integração do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar no contexto hospitalar. O presente estudo teve como objetivo conhecer a visão do profissional de saúde, dessa equipe, quanto a presença do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar. Os dados foram coletados através de um questionário auto-aplicado com 131 profissionais de saúde que desempenham suas funções no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (ICAM). Os resultados revelaram que 74,80% (n=98) dos participantes eram do sexo feminino, sendo 75,57% (n=99) da categoria dos técnicos de enfermagem. Foi unânime a importância da presença do dentista na equipe multidisciplinar hospitalar de acordo com os participantes. A equipe de enfermagem é a maior responsável pela higiene bucal dos pacientes na ausência do dentista. Em relação a mudança notada pelo grupo diante da atuação do CD no hospital observou-se que 57,25% (n=75) dos participantes da pesquisa apontaram melhoria na saúde bucal dos pacientes internados. Concluiu-se que, a equipe multidisciplinar hospitalar acredita na inserção do dentista no hospital, pois pode proporcionar benefícios no cuidado integral do paciente, reestabelecendo melhoria da condição sistêmica e bucal.
Analysis of hospital dental care in a pediatric center Análise da assistência odontológica hospitalar em um centro pediátrico
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