RESUMO Objetivo: Estimar a prevalência de aleitamento materno exclusivo (AME), introdução de água, chás ou outros leites, bem como identificar os fatores associados à interrupção do AME aos 30 dias de vida. Métodos: Estudo transversal que utilizou questionários estruturados e pré-testados, aplicados a 310 mães em dois momentos: presencialmente, na maternidade, e aos 30 dias de vida da criança, mediante ligação telefônica. Estatística descritiva e regressão multivariada de Poisson, seguindo modelo hierárquico multiníveis conforme a proximidade com o desfecho, estimaram a associação entre as variáveis dependentes e independentes. Resultados: A manutenção do AME aos 30 dias de idade da criança ocorreu em 85,2% da amostra, e 1,6 % receberam água, 11,5 % chás e 8,2% outro leite. Preditores para a interrupção do AME na análise univariada foram o retorno das mães ao trabalho ou estudo logo após o nascimento do bebê (razão de incidência — RI 2,88; intervalo de confiança — IC95% 1,14–7,25) e o uso de chupeta (RI 3,29; IC95% 1,52–6,22). A interrupção do AME foi menor no grupo de participantes que recebeu apoio da avó materna do lactente (RI 2,71; IC95% 1,11–6,56) e do companheiro (RI 4,78; IC95% 1,90–12,06). Após a análise multivariada, apenas o uso de chupeta (RI 5,47; IC95% 2,38–19,3) e o apoio do companheiro (RI 6,87; IC95% 2,04–23,1) mantiveram associação com o desfecho. Conclusões: A prevalência de AME encontrada neste estudo pode ser considerada boa, e futuras intervenções que visem ao aumento da duração do AME nessa população devem levar em consideração a participação do companheiro e o reforço para a não introdução da chupeta.