O artigo esboça uma crítica da economia política da atual Contrarreforma Psiquiátrica (CP) brasileira. Recorremos a trabalhos sobre a economia política da Reforma Psiquiátrica (RP), dados orçamentários e de implantação das políticas em saúde mental (SM) de 2001 a 2019. A CP é um processo de enxugamento orçamentário, remanicomialização e mercantilização, com: retorno do Hospital Psiquiátrico às políticas, centralidade das Comunidades Terapêuticas na área de álcool e outras drogas, aumento no repasse a tais instituições e reversão da tendência de fechamento de leitos psiquiátricos e investimento em ações extra-hospitalares. Trata-se de uma descontinuidade na continuidade do desenvolvimento da RP; uma expressão na SM da dinâmica neoliberal, que se intensifica em nossa realidade a partir de 2015, recrudescendo a expropriação e espoliação da classe trabalhadora e do Estado pelo capital.
O artigo aborda a morte e o seu sentido na formação social brasileira lançando luz ao momento barbárico intensificado por uma pandemia. Nosso argumento é que a morte, apesar de inerente à humanidade, possui uma determinação social, sendo também uma força produtiva no capitalismo dependente e de constituição colonial brasileiro. Interpretamos aspectos nevrálgicos do modo de produção capitalista e da particularidade de nossa formação social a partir da tradição marxista. Por mais que os meios tenham se sofisticado, incorporando novas formas ou mesmo novos indivíduos, o conteúdo de nossas mortes contemporâneas não se altera substancialmente: a morte segue como desdobramento da questão social e/ou corolário do capitalismo dependente brasileiro e seu caráter autocrático assentado na superexploração da força de trabalho e racismo estrutural.
Resumo O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a inserção da psicologia em contextos rurais na América Latina, considerando seu caráter de ciência e profissão e o fato de ter sido desenvolvida eminentemente em torno de fenômenos verificados em contextos urbanos. Foi realizada busca nas bases de dados PubMed, PsycINFO, Redalyc, Scielo, PePSic e LILACS, com os descritores: “Psicologia”, “Zona rural” e “População Rural”, nos idiomas inglês, espanhol e português. A revisão sistemática foi conduzida de acordo com os passos indicados pelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A amostra final conteve 93 estudos empíricos publicados entre 1996 e 2017. A análise considerou as categorias: Temas Centrais das Pesquisas, População Estudada e Enfoque Teórico Predominante. Quanto às áreas de conhecimento principais, houve uma maior concentração de pesquisas com referencial predominante da Psicologia Social (43,0%), seguido da Psicologia Escolar/Educacional (12,9%) e da Psicologia da Saúde (9,7%). Os resultados apontam que a inserção e o estudo da Psicologia em contextos rurais são recentes e se encontram em desenvolvimento, com relativa heterogeneidade de temas e referenciais teóricos, o que a caracteriza como um campo em construção, visto o movimento de consolidação de produções mais recentes no campo da Psicologia Social Comunitária. As perspectivas de avanço na área dependem da construção de uma psicologia mais historicizada e comprometida com um projeto ético-político.
Ítalo de Oliveira Guedes (orcid.org/0000-0001-7491-7266) 3 ResumoO presente trabalho visa apresentar elementos para a compreensão da dinâmica de trabalho no tráfico da juventude brasileira em condições pauperizadas. É um exercício teórico-analítico, baseado em revisão crítica da literatura e a partir de pressupostos, conceitos e categorias da tradição marxista, com destaque para a discussão sobre trabalho e superpopulação relativa, de Marx, e superexploração da força de trabalho, de Marini. As relações e condições de trabalho imperantes no tráfico para parte desses jovens pauperizados, predominantemente negros e periféricos, configuram a intensificação da precariedade e superexploração da força de trabalho, seguindo a própria dinâmica do mundo do trabalho e projeto neoliberal, de acordo com as particularidades da condição de capitalismo dependente do Brasil. Não à toa, o tráfico se abastece, prioritariamente, dessa parcela populacional, apresentando-se como opção viável e possibilidade de "ascensão social", diante das inexistentes, parcas e precarizadas opções do mercado formal e informal de trabalho.Palavras-chave: Tráfico de drogas. Condições de trabalho. Juventude.
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