ImagensRespeitem meus cabelos, brancos: música, política e identidade negra RESUMOA música popular é um artefato midiático através do qual são negociados socialmente pensamentos, valores, ações e estratégias de identidade individual e coletiva. Neste artigo, analisaremos as nuances discursivas que integram a canção Respeitem meus cabelos, brancos, de Chico César. Parte-se da hipótese de que por trás de um discurso militante e acusatório revelam-se diversas ambiguidades discursivas que integram a posição do autor sobre identidade negra. Os debates atuais sobre racismo acionam um posicionamento dicotômico (brancos x negros), presente na letra, mas relativizado pela ironia do uso não ortodoxo do reggae, pela ambiguidade da capa do CD, pela indefinição tonal e pelo criativo uso da vírgula, que condensa toda uma gama de deslocamentos interpretativos, contribuindo densa e criticamente para o pensamento atual sobre negritude no Brasil.Palavras-chave: Música popular; Identidade negra; Chico César. ABSTRACTPopular music is a media artifact through which thoughts, values, actions and collective and individual strategies of identity can be socially negotiated. In this article, we'll analyze the discursive nuances in the song Respeitem meus cabelos, brancos (Have some respect for my hair, whites), by Chico César. We start of from the assumption that behind a militant and accusatory discourse, ambiguities are showed in the author's stand on black identity. Current debates on racism trigger a dichotomous position (blacks vs. whites), in the lyrics, second guessed by the irony in the unorthodox usage of reggae, by the ambiguity of the record cover image, by the undefined tone and the creative use of the comma, that condenses a range of interpretational misplaces, contributing largely and critically for the current thought on blackness in Brazil. O s artefatos culturais midiáticos reverberam pela sociedade visões de mundo, sentimentos e estratégias de pertencimento que são negociados a partir de sua apropriação. Nesse sentido, a "cultura da mídia" é um campo de debates, disputas, negociações e, por vezes, consensos coletivos (Kellner, 2001, p. 10). Os produtos veiculados em larga escala são, portanto, políticos; e, eventualmente, alguns desses produtos mexem de forma bastante direta em temas densos e espinhosos, com variados graus de alcance e ressonância.Para este artigo, isolamos a canção Respeitem meus cabelos, brancos 1 , lançada em 2002, pelo cantor e compositor paraibano Chico César. A simbiose entre as representações da identidade negra e a música popular são apontadas por diversos autores, que sublinham a importância deste artefato cultural como eixo de negociação da luta dos negros contra o racismo em todo o mundo. Stuart Hall situa a música, ao lado da corporalidade e do "estilo", um dos três elementos significativos que constituem o "repertório negro" (2003, p. 342). Para Paul Gilroy, em seu clássico O Atlântico Negro,
Este trabalho tem como objetivo analisar a série YouTube Black Brasil a partir da temática da essencialização e dessencialização da identidade negra. Para isso, problematizaremos a negritude na centralidade das narrativas exemplares, estas como peças do ordenamento do capitalismo contemporâneo e da “cultura da inspiração”. Faz uma reflexão sobre como o tipo de produto disponibilizado por plataformas como o YouTube cumpre um duplo papel: produzem, circulam e disponibilizam para produção formatos audiovisuais híbridos (entretenimento, informação etc) e ao mesmo tempo também ensejam um discurso em particular, que se orienta para a produção de um "sujeito exemplar". Analisa-se especificamente o especial YouTube Black Brasil, em que vários digital influencers (uma das formas de sujeito exemplar) negros se apresentam respondendo a pergunta provocadora: quem eu sou?
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