Introdução: A páprica (Capsicum annuum L.) é um condimento utilizado mundialmente, produzido a partir de diversas variedades de pimentão maduro, seco e moído e está sujeita a adulterações e fraudes, além de contaminações decorrentes de falhas nas boas práticasde produção, armazenamento ou na comercialização. Objetivo: Avaliar a autenticidade e a presença de matérias estranhas em pápricas comercializadas no estado de São Paulo, assim como verificar a sua conformidade em relação à legislação nos parâmetros microscópicos. Método: Foram analisadas 43 amostras de páprica para verificação da autenticidade e para a pesquisa de matérias estranhas, utilizando método preconizado nos Métodos Oficiais da Association of Official Analytical Collaboration International. Resultados: A avaliação da autenticidade evidenciou fraude em 30,0% das amostras. O ingrediente adicionado com maior frequência foi o amido de Zea mays L. (milho), acompanhado principalmente de Bixa orellana L. (urucum). Entre as matérias estranhas detectadas, os fragmentos de pelo de roedor e os fragmentos de insetos foram os mais frequentes, presentes em 91,0% e 79,0% das amostras, respectivamente. As amostras puras apresentaram maior quantidade de fragmentos de pelo de roedor, enquanto as amostras adulteradas, maior quantidade de fragmentos de insetos. Em relação à legislação sanitária, 88,0% das amostras foram consideradas insatisfatórias, destas, 30,0% por estarem adulteradas e 77,0% por apresentarem quantidade de matérias estranhas acima do limite tolerado. Conclusões: Os resultados deste trabalho revelaram fraude e falhas nas boas práticas na cadeia produtiva da páprica, ressaltando a necessidade de intensificação da vigilância desse tipo de produto com vistas à garantia de sua oferta à população de forma fidedigna e segura.
O açúcar de coco vem se tornando popular no Brasil e no mundo devido às alegações nutricionais deser um adoçante natural e mais saudável em relação a outros açúcares. Sua produção ocorre de formaartesanal a partir da extração da seiva do floema da inflorescência da palmeira. Este trabalho teve porobjetivo analisar microscopicamente a identidade e a presença de matérias estranhas em amostras deaçúcar de coco, bem como verificar sua conformidade em relação às legislações sanitárias brasileiras.Foram analisadas 13 amostras comerciais de açúcar de coco da cidade de São Paulo quanto aosensaios de pesquisa e identificação de elementos histológicos e pesquisa de matérias estranhas. Aidentificação de elementos histológicos vegetais revelou a presença de amidos morfologicamentesemelhantes ao padrão de Triticum sp. (trigo), Manihot sp. (mandioca) e Oryza sativa (arroz), alémde amidos alterados. Também foram encontrados elementos histológicos vegetais compatíveis compadrão de Saccharum officinarum (cana-de-açúcar) e de Cocos nucifera (coco). Todas as amostrasanalisadas continham matérias estranhas com predomínio de fragmentos de insetos em 100%delas. Os resultados do estudo indicam falhas nas Boas Práticas de produção do açúcar de coco e anecessidade da adequação deste produto em relação às normas vigentes.
A ocorrência de matérias estranhas com potencial perigo físico em alimentos é um grande desafio para a indústria alimentícia, e a análise microscópica é provavelmente o instrumento mais útil para detectá-las e identificá-las. Considerando a escassez de dados sobre os perigos físicos em produtos alimentícios no Brasil, o objetivo deste estudo foi descrever essa ocorrência nos produtos analisados no Núcleo de Morfologia e Microscopia do Centro de Alimentos do Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, no período de 2008 a 2020. Os resultados revelaram que, das 7.221 amostras de alimentos analisadas, 89 (1,2%) estavam em desacordo com a legislação em vigor, por conterem perigos físicos. De acordo com a categoria de alimentos, a ocorrência foi maior para bebidas (43%), seguida de cereais, farinha e farelo (22%). Quanto ao tipo de matéria estranha, os plásticos (duros e flexíveis) foram os mais frequentes (48%), seguidos dos metais (15%) entre as partículas perigosas detectadas nas amostras. A detecção e identificação de perigos físicos, por meio de análises microscópicas, contribuem para a segurança e qualidade dos produtos alimentícios oferecidos à população.
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