Resumo: O artigo visa discutir impasses no manejo da agressividade num grupo terapêutico, tendo a hipótese de que, em alguns momentos, a agressividade apresenta-se como uma ameaça ao enquadre do grupo. Para isso, partiremos da apresentação de um caso clínico atendido em grupo terapêutico de orientação psicanalítica em co-terapia na Clínica Escola do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Se a partir de autores centrais na psicanálise concebemos a agressividade enquanto experiência fundamental à própria constituição psíquica (inexoravelmente presente na relação entre o eu e o outro), localizamos como condição fundamental à experiência de cuidado em um grupo terapêutico o endereçamento a um outro que se apresenta disponível. Assim, a partir das funções do enquadre propostas por Bleger e Roussillon, pensamos nas condições de constância da experiência terapêutica psicanalítica -experiência que entendemos não se dar sem alguma violência/ruptura -e nos ocupamos, no caso em questão, em evitar a potencial experiência de desamparo que a agressividade colocaria em jogo no grupo, na medida em que, com Kaës, o concebemos enquanto composto por espaços psíquicos comuns e partilhados.
Em uma instituição de saúde, é possível encontrar certa especificidade nas trocas que acontecem para além de prontuários e reuniões formais. Tais interações, que ocorrem nos denominados espaços intersticiais, constituem terreno fértil ao comparecimento de elementos e posições inviabilizadas na lógica discursiva engendrada nos espaços formais da instituição. Desta forma, convém ao psicanalista não só a escuta daquilo que é próprio de tais espaços, como também que esteja advertido dos riscos que eles comportam por favorecerem processos de homogeneização de discursividades. Encontramos na proposta da transferência de trabalho e no dispositivo do cartel uma aposta no sentido de favorecer o trabalho do psicanalista em sua vertente institucional e sustentar uma espécie de incompletude fazendo frente àquilo que, diante das incertezas e angústias do trabalho, caminha rumo à homogeneização inviabilizadora do caso.
O presente artigo propõe uma reflexão acerca da importância da institucionalização da discussão de gênero no interior das universidades, a partir de um levantamento da ocorrência do termo “gênero” nos títulos e ementas das disciplinas que compõem as grades curriculares dos cursos de graduação em Psicologia da cidade de São Paulo. As universidades gozam de autonomia didático-científica, e pressupõe-se que sejam agentes de desenvolvimento social, estimulando a construçãode um pensamento e conhecimento crítico-reflexivos. Constatou-se que, mesmo com políticas e diretrizes que definem a inclusão da discussão de gênero nos currículos, a quase ausência de disciplinas com o termo “gênero” em seus títulos ou ementas indica que tal debate não está instituído nos cursos de Psicologia da cidade de São Paulo.
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